Postado em 13 de março de 2024
A vista do hotel nos contempla toda parte central de Gravatá e isso foi o cenário ideal para os meus idílios, mesmo estando acordado, tendo três cervejas como companhia.
Era noite naquela quarta-feira derradeira. Já havia duas semanas que estava em Gravatá para compromissos e à medida que o tempo permitisse, rever as pessoas mais queridas.
Depois de quase quatro décadas desde a minha partida, sempre que volto à minha cidade-natal sinto uma emoção diferente, que se renova a cada passo que dou em suas ruas, a cada prato de macaxeira que saboreio e a cada abraço que recebo e dou em alguém especial, pois estar de volta é sempre reconfortante e emocionante; especialmente, para quem partiu há tanto tempo e sempre volta para recarregar a alma com o vento que sopra em Gravatá.
Quando enfim pude relaxar, foi exatamente naquela noite estrelada daquela quarta-feira, que ao voltar ao hotel onde estava hospedado, pude finalmente sentar-me à beira da piscina e contemplar por muito tempo, aquela paisagem notívaga, ao passo que a cidade já abraçada pela noite, adormecia e os seus sons iam morrendo, dando lugar ao silêncio noturno, acompanhado por um céu estrelado e que me fez voltar no tempo, mais precisamente àquela manhã de 7 de abril de 1986, quando parti em busca de novos horizontes.
Um turbilhão de pensamentos me veio à cabeça, trazendo consigo lembranças da minha infância. Busquei com meus olhos já lacrimejados, aquelas imagens de outrora do meu tempo de menino e que estão comigo, dentro de mim, para sempre... não as encontrei.
A vista do hotel nos contempla toda parte central de Gravatá e isso foi o cenário ideal para os meus idílios, mesmo estando acordado, tendo três cervejas como companhia. Em meus pensamentos, a lembrança da minha mãe se tornou uma constante e mais lágrimas teimavam em escorrer pelo meu rosto...
Foram duas semanas no Brasil, que se resumiram em pouco mais de uma hora de reflexão, emoção e lágrimas, à beira daquela piscina de hotel e contemplando a cidade que me viu nascer. Quisera eu, naquele momento, ser um gigante e poder abraçar a minha cidade... poder niná-la... O vento frio da madrugada começou a açoitar a pele... hora de partir... de novo!
Contento-me, pois, em sempre poder voltar a revê-la e reviver sempre, essas emoções que estão comigo, perdidamente comigo, para sempre... Gravatá!
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