Postado em 30 de maio de 2023
Sempre aos sábados, o Centro de Gravatá se transformava em um turbilhão de cultura popular
Houve um tempo em que a Feira de Gravatá, aos sábados, era o maior evento seminal atraindo pessoas de várias regiões da cidade e também frequentadores de outras cidades circunvizinhas. Na feira, se vendia de tudo e de tudo se comia, bebia e se ouvia.
Sempre aos sábados, o Centro de Gravatá se transformava em um turbilhão de cultura popular, onde as diversas manifestações culturais se apresentavam aos frequentadores daquela feira que movimentava a economia municipal, como um verdadeiro vetor de força.
Entre as atrações culturais da feira daquela época, haviam os repentistas e os emboladores. Talvez, a nova geração não tenha conhecimento a cerca de quem são esses artistas e o estilo cultural que eles trazem consigo. Infelizmente.
Há alguns anos, estava visitando Gravatá e fui à feira em busca de Literatura de Cordel, pois havia prometido levar para o Canadá alguns livretos desse gênero literário para presentear alguns amigos. Após andar por algumas ruas e com alguma persistência, consegui encontrar apenas uma única barraca onde se vendia Cordel. Fiquei muito contente e acabei por comprar o estoque inteiro do vendedor, uma vez que não poderia perder a oportunidade. Eu o indaguei o motive pelo qual era tão difícil se encontrar Literatura de Cordel na feira e ele, com semblante triste, me disse: “moço, essas manifestações culturais não estão sendo levandas a diante, porque os jovens não se interessam por elas e também não são mais ensinados a gostar.”
Ouvir isso me deu pena! O jovem précisa ser ensinado e motivado a cultuar as nossas tradições culturais, pois elas são a nossa identidade enquanto povo e pátria. É imperativo que as aulas de Educação Artística volte a fazer parte do Currículo Escolar, para que o aluno, desde cedo, comece a tomar gosto pelas nossas raízes e pela nossa cultura.
É imprescindível que as comemorações da Semana do Folclore voltem a figurar nas escolas da cidade, para que possamos formar cidadãos conscientes e orgulhosos de suas manifestações culturais e que elas não caiam no esquecimento, para daqui a 20 anos, não tenhamos que encontrar com duro esforço, algum repentista ou embolador esquecido em um canto qualquer da feira.
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