Atualizado em 08/02/23
O ano letivo começou e para as crianças é fundamental manter a saúde dos olhos para um bom desempenho escolar. A família deve ficar atenta às doenças oculares mais comuns nessa fase, já que muitas vezes a criança não apresenta sintomas de que pode estar desenvolvendo um problema visual.
O oftalmologista Matheus Almeida, do Hospital de Olhos Santa Luzia, que integra a rede Vision One, afirma que é fundamental que os pais mantenham um acompanhamento constante da visão dos filhos. "A criança não consegue dizer quando não está enxergando normalmente, porque não sabe o que é o normal e o que não é. Uma medida fundamental é realizar o teste do olhinho ao nascer e fazer as consultas de rotina de acordo com a frequência recomendada pelo oftalmologista", explica o especialista Matheus Almeida.
O oftalmologista do Hospital de Olhos Santa Luzia também aponta as doenças oculares mais frequentes na infância. "Erros de refração, como miopia e astigmatismo; estrabismos ou desvios oculares; alergia ocular ou conjuntivite alérgica, obstrução das vias lacrimais e conjuntivites virais", diz o oftalmologista Matheus Almeida.
Os pais ainda devem ficar atentos a possíveis sinais que podem significar doenças oculares. "Apertar os olhos para enxergar melhor, se aproximar muito de objetos para enxergar (dificuldade para ver de longe), coçar os olhos, lacrimejamento constante, ou estar com os olhos vermelhos. Também é importante evitar exposição precoce ou excessiva às telas digitais", finaliza o oftalmologista Matheus Almeida.
Saiba mais sobre as doenças oculares comuns na infância
Miopia
É a condição em que os olhos podem ver objetos que estão perto, mas não são capazes de enxergar claramente os objetos que estão longe. O principal fator que influencia o aparecimento da miopia é a hereditariedade, e atualmente também associado ao uso excessivo da visão de perto, especialmente de telas digitais. Em geral, o grau de miopia aumenta durante o período de crescimento. O tratamento na infância, quando necessário, é feito com óculos ou lentes de contato. Existe a possibilidade da cirurgia refrativa para deixar de usar óculos quando adulto. O acompanhamento desta doença durante a infância é fundamental, pois conseguimos detectar o ritmo de aumento da miopia, e a depender deste, existem tratamentos para “frear” o crescimento acelerado da miopia.
Hipermetropia
É o tipo de grau mais comum da infância, considerado frequentemente como “fisiológico”. Isto é, dentro de um determinado limite, é normal, proporciona boa visão e não gera queixas. Contudo, em graus mais altos, podem gerar baixa visual, principalmente para perto, desconforto e dores de cabeça. Podem também causar estrabismos e levar à ambliopia (olho preguiçoso). O tratamento na infância, quando necessário, é feito com óculos ou lentes de contato.
Astigmatismo
É um tipo de grau que pode vir isolado ou acompanhando a miopia ou a hipermetropia. É gerado por uma alteração no formato da córnea (a parte transparente da frente do olho). Dependendo da magnitude, pode levar a embaçamento e cansaço visual. O tratamento na infância, quando necessário, é feito com óculos ou lentes de contato.
Estrabismo
O estrabismo é uma condição em que os olhos não estão perfeitamente alinhados. Pode surgir desde o nascimento, durante a infância ou vida adulta. Quando o estrabismo surge na infância, pode levar à baixa visão em um dos olhos, também chamada de “olho preguiçoso” (ambliopia), se não adequadamente tratado ainda na infância. O tratamento exige uma avaliação completa da motilidade dos olhos, da visão e do fundo do olho. O tratamento pode incluir óculos de grau, tampão e cirurgia de estrabismo, a depender do caso.
Conjuntivite
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, a membrana transparente que reveste o globo ocular. Ela pode ter causa infecciosa (bactérias ou vírus, geralmente o vírus do resfriado ou da gripe) ou causa alérgica (não contagiosa). Os principais sintomas da conjuntivite são: olhos vermelhos, lacrimejamento, secreção, inchaço das pálpebras e coceira. O diagnóstico é feito a partir da história clínica e do exame oftalmológico especializado. O tratamento é feito com medidas gerais e medicações que devem ser individualizadas conforme cada quadro.
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