Postado em 12/12/22
Muitas vezes, perdido em meus pensamentos, me remeto a um tempo inocente, matuto e muito bucólico, o qual me leva a um lugar sagrado que alimenta os meus sonhos, anseios e saudades. Um lugar para chamar de meu, de seu, de nosso.
A brisa do vento que baila por ente as montanhas azuis que cercam esse lugar, assovia os meus devaneios, me traz saudades e minha mente se brilha, como “fogueira em noite de estrelas.” Fogueira de São João! Noites estreladas e coloridas por balões, que traziam com eles um pouco de anseio por um lugar mais justo e acolhedor.
Os ventos mudam de direção! Moinhos de vento e pensamentos. De repente, me encanto por outras terras, mas apenas por um momento de desengano, pois ao recobrar a razão, o meu lugar retorna para dentro de mim. E o ciclo nostálgico continua.
A Gravatá da minha infância me remete a um tempo em que o frio era constante e as tardes de chuva traziam consigo um pouco de romantismo bucólico, o qual sempre se misturava ao cheiro de cuscuz e macaxeira.
O tempo passou e, mesmo distante de Gravatá, sempre renovo a minha alma quando a visito. Visitar o Alto do Cruzeiro a qualquer hora do dia, é para mim, como um ritual que tenho obrigação de cumprir e como sempre digo: toda vez que se olha para Gravatá a partir do Alto do Cruzeiro, nunca vemos a mesma paisagem mais de uma vez. Há sempre uma imagem nova.
Ainda menino, sempre olhava em direção à Serra das Russas e tinha a sensação de que um dia iria partir em direção ao mundo cá fora e essa sensação se tornou realidade. No entanto, mesmo tão longe de tudo distante, a minha infância sempre se retrata nas doces lembranças de Gravatá que trago comigo, para sempre comigo.
E é assim, com pequenos devaneios nostálgicos, que mato um pouco dessa saudade que não sai de mim e sempre me acompanha pelos muitos longes aonde eu vou. E toda vez que sinto o cheiro da saudade de Gravatá, eu lembro da minha infância matuta e cheirosa, como o cheiro do cuscuz e da macaxeira.
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