Postado em 26/09/22
Era muito prazeroso subirmos a escadaria e lermos os nomes escritos em seus degraus.
Havia um tempo bem distante, lá pelas décadas de 1970 e 1980, em que a melhor opção para se divertir em Gravatá era subir o Alto do Cruzeiro. E para tornar o passeio ainda mais atraente, o bom mesmo era seguir caminho pela Escada da Felicidade.
Era muito prazeroso subirmos a escadaria e lermos os nomes escritos em seus degraus. Eu sempre procurava o nome do saudoso Professor Antônio Farias, por conta de o antigo CERU, ter sido nomeado em homenagem a esse renomado e importante educador de Gravatá. Contudo, vale salientar que os nomes que constavam nos degraus originais homenageavam os grandes baluartes que fizeram parte da História de Gravatá desde a sua fundação.
O tempo passou e a então valorizada Escada da Felicidade foi sendo deixada ao esquecimento e à própria sorte. Com a ausência do Poder Público e com a presença assídua da falta de educação das pessoas, moradias irregulares e bares começaram a invadir o espaço da escadaria, transformando o que antes era belo, em uma favelização desenfreada.
Chegou a ser feita uma reforma nos degraus da escadaria. Mas, tudo não passou de uma tentativa frustrada de revitalizar aquele local, pois não foi respeitado o seu valor histórico e, ao invés de preservarem os nomes originais nos degraus, fizeram uma espécie de “leilão” com o intuito de angariar fundos para a tal revitalização. Com isso, apagaram os nomes históricos e até mesmo pessoas que nem são gravataenses, passaram a ter seus nomes nos degraus.
E não me refiro apenas à Escada da Felicidade. A população precisa tomar ciência de que a edificação que se encontra por trás do Cristo Redentor, JAMAIS poderia ter sido autorizada, haja vista que ela destoa completamente da imagem do Cristo e da Igreja.
O que nos deixa ainda mais tristes, é sabermos que tudo isso aconteceu bem embaixo do nariz de toda a população gravataense e nada foi feito para impedir. Certamente, a população estava ocupada se divertindo no Pátio de Eventos, como sempre acontece na política do “pão e circo”, enquanto a cidade ficava abandonada.
A Gestão Municipal atual está ciente da existência de algumas propostas para transformar o Alto do Cruzeiro em um parque com mirante, teleférico e uma ferinha de artesanato permanente. Incluindo, claro, a total restauração da Escadaria da Felicidade e a reinclusão dos nomes originais aos seus degraus. Isso certamente demandará muito dinheiro, pois serão necessárias desapropriações imobiliárias que invadiram o espaço. Mas, com vontade tudo pode acontecer e temos fé nisso.
Comentários
Postar um comentário