Postado em 19/09/21
Ler, para a minha geração, sempre foi e continua a ser algo prazeroso e gratificante, pois através da leitura nos permitimos viajar por mundos de conhecimentos e aventuras fantásticas
Viajando pelo Metrô de Toronto, no Canadá, notei algo muito interessante que me chamou a atenção e me fez refletir e concluir sobre o motivo pelo qual a população canadense ser tão pensante e consciente em suas opções políticas e sociais. A resposta estava à minha frente, pois vi que a maioria dos passageiros estava lendo. Parecia que estavam em uma biblioteca, pois o silêncio pairava no ambiente, apesar de estarmos em horário de pico.
Naquele momento, me transportei aos meus tempos estudantis e me veio à lembrança os tempos em que as Aulas de Português, além do conteúdo didático, também tinham Aulas de Leitura e Interpretação de Texto. Era uma época em que todos liamos e frequentávamos a biblioteca da nossa escola de forma constante.
Ler, para a minha geração, sempre foi e continua a ser algo prazeroso e gratificante, pois através da leitura nos permitimos viajar por mundos de conhecimentos e aventuras fantásticas, onde damos asas à imaginação sem termos que sair do lugar de onde estamos. Tudo vai da imaginação.
A leitura é um dos pilares da evolução intelectual de cada indivíduo. No entanto, com o passar dos anos, infelizmente no Brasil essa tendência fez um caminho regresso. “Um amargo regresso” à falta de leitura, à degradação da nossa cultura e à falta de formação de opinião, como se o nosso país tivesse entrado em um beco sem saída. Ou seria o “Beco das Garrafas?”
Recentemente, assisti a um painel literário com escritores brasileiros em Nova Iorque e fiquei deveras revoltado, quando indaguei aos participantes sobre o ponto de vista deles a respeito do Escritor José Lins do Rego e da Escritora Raquel de Queirós e apenas um dos escritores sabia falar sobre esses baluartes da Literatura Brasileira. “Cego às avessas. Como num sonho, vejo o que desejo,” como bem escreveu Caetano Veloso.
Outro fato que me chama muito atenção, é que no Brasil o mercado editorial é agonizante, posto que apesar de termos uma população de mais de 210 milhões de pessoas, em nosso país um livro é considerado campeão de vendas se alcançar a bagatela de 3 mil exemplares vendidos. Isso é incomensuravelmente ínfimo, se correlacionarmos com a população brasileira.
Esses dois fatos acima relatados, muito dizem do atual cenário da Educação Brasileira, onde graças às péssimas políticas de ensino, os nossos heroicos e mal remunerados PROFESSORES não têm mais autonomia sobre os alunos, pois o chamado politicamente correto, segundo o método criado pelo centenário Paulo Freire, essa prática torna o Professor um ditador.
O resultado dessa degradação está aí, para todos verem com seus olhos hipócritas e coniventes: o Brasil está se tornando em um país de “analfabetos funcionais,” onde a valorização da bunda tem mais valor que uma obra literária. E quem lucra com tudo isso? Todos que estão em Brasília, a apodrecer a vida. Ou seja, quanto mais burra a população, mais eles se perpetuarão no poder. “Podes poderes.”
No final das contas, estão transformando o Brasil em um “monte de tijolos com pretensões à casa,” mas que não passaremos de um “monte de estrumes para o futuro.” Álvaro de Campos previu isso em seu célebre texto “Ultimatum”, de 1917. Tão antigo e tão contemporâneo ao mesmo tempo, como em uma “estúpida retórica.” Resta-nos uma pergunta para a reflexão geral: aonde chegaremos?
“QUEM MAL LÊ, MAL SABE, MAL OUVE, MAL VÊ.” Monteiro Lobato.
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