Você partiu e eu fiquei aqui olhando a lua, na esperança de uma mensagem... A lua se foi...
Era uma quinta-feira, dia 3 de abril e o ano era 2001. Naquela manhã fui despertado muito de repente de um sono profundo que se dissipou e me despertou num susto. Não entendi nada naquele momento; o que mais tarde tudo fez sentido.
Ao longo dessas três décadas, um buraco profundo se fez em mim e até hoje não consigo fechá-lo. Os anos iniciais foram os mais difíceis, pois tudo que é novo e que se atamanca de forma tão repentina, nos trás mudanças grandiosas, nos tira da nossa zona de conforto e nos faz perder o chão.
Você partiu e eu fiquei aqui olhando a lua, na esperança de uma mensagem... A lua se foi...
Pessoas vem e vão em nossas vidas e deixam marcas que ficam para sempre em nossas almas. E foram justamente essas marcas que começaram a aflorar em meus pensamentos, toda vez que a sua ausência era sentida. Foi como se o filme de uma vida inteira passasse na minha frente através da retina dos meus olhos lacrimejados de saudades.
Você partiu e eu fiquei só, com vista para o mundo... O mundo se agigantou diante de mim e você não estava lá para ser o meu Norte; para segurar a minha mão, como você o fez para me ensinar a escrever o meu nome pela primeira vez. Perdi o rumo! Luto, lágrimas, tristeza... Num misto de sentimentos indecifráveis, a minha vida deu uma guinada muito grande que me vi completamente perdido em meio a tudo. Solidão, angústia, vontade de chorar...
Aquela foto que tiramos juntos eu, você e o meu irmão, em frente ao Grupo Escolar Capitão José Primo, em 1976, de repente veio à minha mente. Lembro bem daquela tarde e hoje estou à procura dessa foto para matar a saudade daquele instante no tempo que teima em me emocionar. Emoção, calafrio, arrepios, mais lágrimas...
Jamais esquecerei aquelas vezes que eu chegava de viagem e você, ao me ver descer a Rua Paranaguá, corria para me abraçar no meio da rua de chão batido. Apesar do cansaço da viagem, aquele abraço hoje me faz tanta falta... “vontade de abraçar minha pátria!”
Há trinta anos você partiu. Há trinta anos, um pedaço de mim foi morar no céu e sei que hoje estás no altíssimo olhando por todos nós. Viraste estrela! A nossa Estrela Dalva que sempre aparece ao entardecer. A nossa estrela de Belém sempre a nos guiar no caminho certo, apesar de ainda não ter encontrado o que busco... talvez nunca encontre... Lembranças, saudades, perdas...
Apesar de três décadas terem se passado desde a sua partida, sempre que vem a lembrança, é por você que corre uma lágrima em meu coração... Queira-me bem! Fiques bem! Descanse em paz e até um dia... MINHA MÃE!
Comentários
Postar um comentário