Foto: Reprodução. Fonte: DP.
Uma briga política entre a Prefeitura de Goiana e a Câmara dos
Vereadores do município que fica na Região Metropolitana do Recife (RMR)
levou à paralisação nesta quinta-feira (03) dos serviços públicos
essenciais da cidade, como escolas, postos de saúde e transporte
municipais. Segundo o prefeito de Goiana em exercício, Eduardo Honório
Carneiro (MDB), o orçamento de R$ 240 milhões, aprovado na Lei
Orçamentária Anual para 2019, não foi suficiente para cobrir os gastos
do município. No entanto, em abril deste ano, a Câmara dos Vereadores já
havia aprovado a suplementação de recursos no valor de R$ 48 milhões.
Julgando não suficiente, uma segunda suplementação orçamentária no valor
de R$ 33 milhões foi solicitada pela prefeitura há 70 dias, mas a
Câmara não aprovou o repasse de mais recursos. Por esse motivo, Honório
decidiu paralisar os serviços públicos essenciais.
Quem
sofre é a população. “Ontem (quarta) teve aula mas hoje (quinta) não.
Amanhã (sexta) ninguém sabe se vai ter e eu preciso que minha filha vá
pra creche para eu poder trabalhar. Fora isso, a escola precisa de uma
boa reforma, o mato está muito alto, principalmente no local da creche”,
lamentou a mãe de uma aluna de 3 anos, da Escola Municipal Irmã Marie
Arnele Falguieres. Ela preferiu não se identificar. A população conta
que crianças e adolescentes que dependem do transporte municipal (os que
moram na zona rural ou estudam no Recife, por exemplo) para estudar
ficaram sem o ônibus da prefeitura ontem. O mesmo aconteceu com
pacientes que necessitam do transporte municipal para realizar
tratamento em outras cidades, como no Recife.
O
pescador Ricardo Antonio Gomes, 31 anos, diz que na última terça-feira o
prefeito havia avisado sobre a paralisação dos serviços públicos.
Honório havia avisado à população que não tinha verba. “Acho que muita
gente não acredita nessa paralisação porque todomundo sabe que é uma
forma de pressionar à Câmara a aprovar a liberação de mais dinheiro. Mas
o que fizeram com o resto do orçamento? Porque a saúde daqui de Goiana é
péssima, é horrível. E em muitas escolas a gente sabe que falta
merenda. Faz anos que a cidade não tem melhoria em nada”, reclamou. A
reportagem questionou à assessoria do prefeito Eduardo Honório se houve
gastos extras no município que justificassem a aprovação de duas
suplementações orçamentárias mas não obteve resposta. A reportagem ainda
perguntou sobre a previsão atual de gastos do município para este ano e
também não teve retorno.
Ontem, após a repercussão
da paralisação dos serviços públicos, dos R$ 33,8 milhões solicitados
pela Prefeitura de Goiana no projeto de suplementação, a Câmara de
Vereadores votou pela liberação de R$ 5 milhões através de um projeto
substitutivo. “A Câmara Municipal impede a Prefeitura de realizar obras e
pagar por serviços e ações importantíssimas da administração pública,
como, por exemplo, a limpeza pública, a merenda e o transporte escolar, a
compra de ambulâncias e medicamentos, além da construção de creches,
reformas de praças, de unidades de Saúde e do Estádio Municipal Agamenon
Magalhães”, informou a prefeitura de Goiana através de nota.
Investigação
Eduardo Honório (MDB), eleito como vice-prefeito de Goiana, está substituindo o prefeito eleito Osvaldo Rabelo Filho (MDB). Ambos estão sendo investigados pelos vereadores por superfaturamento de um contrato firmado pelo município com uma empresa de coleta de lixo. No último mês de julho, a Câmara de Vereadores de Goiana abriu, de forma unânime, um processo de impeachment contra prefeito e vice prefeito. Segundo a comunicação da prefeitura, Osvaldo está licenciado por motivo de saúde.
Eduardo Honório (MDB), eleito como vice-prefeito de Goiana, está substituindo o prefeito eleito Osvaldo Rabelo Filho (MDB). Ambos estão sendo investigados pelos vereadores por superfaturamento de um contrato firmado pelo município com uma empresa de coleta de lixo. No último mês de julho, a Câmara de Vereadores de Goiana abriu, de forma unânime, um processo de impeachment contra prefeito e vice prefeito. Segundo a comunicação da prefeitura, Osvaldo está licenciado por motivo de saúde.
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