Foto: Arquivo/Agência Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou nesta
quarta-feira (28) um decreto que proíbe, por 60 dias, o emprego do fogo
no país. A medida é uma resposta aos incêndios que atingem a região
amazônica e se transformaram em uma crise de imagem do governo Brasileiro.
O texto será publicado na edição desta quinta-feira (29) do Diário Oficial da União.
De
acordo com o decreto, a suspensão do uso do fogo não será aplicada
"para o controle fitossanitário quando autorizado pelo órgão ambiental
competente, para práticas de prevenção e combate a incêndios e para
práticas de agricultura de subsistência executadas pelas populações
tradicionais e indígenas".
O
governo informa que a medida é "excepcional e temporária" e tem como
objetivo proteger o meio ambiente. A proposta de decreto foi encaminhada
ao Palácio do Planalto pelo ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente). No
fim de semana, Bolsonaro disse que as queimadas são comuns e quase uma
"tradição" em algumas regiões do país.
"O pessoal
mesmo faz essa queimada. É quase uma tradição. Não é apenas educar, não é
fácil. Lá [na Amazônia] são 20 milhões de habitantes. Depende, em
parte, do incentivo do estado nesse sentido", disse no sábado (24). O
decreto é parte de um pacote que o governo Bolsonaro pretende formalizar
na semana com medidas de prevenção ao meio ambiente.
O
propósito é demonstrar internamente e para o exterior que a atual
gestão não é leniente com as queimadas na Amazônia. O conjunto de ações
ambientais preparado pelo presidente incluirá tanto medidas de combate
ao desmatamento como propostas de exploração mineral e vegetal no
território da floresta amazônica.
O pacote está
sendo organizado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que
viajará para a Região Norte na próxima semana. "Eu vou conversar com os
governadores da Amazônia Legal para contemplarmos as necessidades de
todos", disse o ministro à Folha.
A expectativa é de que as medidas sejam anunciadas pelo presidente na próxima semana, em evento no Palácio do Planalto.
Em
estudo, estão iniciativas como o estímulo à regularização fundiária, a
oferta de assistência técnica a produtores rurais e a melhora do CAR
(Cadastro Ambiental Rural).
O presidente avalia também
incluir na série de medidas o projeto de lei de regularização da
atividade do garimpo, em fase de sinalização pelo Ministério de Minas e
Energia.
Antes, Onyx viajará à região da Amazônia, na segunda (2), para coletar sugestões dos governos estaduais.
Os
governadores dos estados que integram a Amazônia Legal estiveram no
Planalto na terça e já apresentaram suas demandas. Entre os pedidos está
o de que o governo não abra mão de dinheiro estrangeiro, como o Fundo
Amazônia.
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