Recém-chegado ao Brasil, o medicamento abemaciclibe é voltado contra o subtipo mais comum do tumor de mama em estágio avançado – e vem em pílulas.
Cerca de 69% de todos os diagnósticos de câncer de mama são do tipo RH+/HER2-. Nessas situações, a doença é estimulada por hormônios sexuais femininos – daí por que, em casos avançados, os médicos sempre incluíam no tratamento a hormonioterapia, que serve justamente para bloquear a ação dessas substâncias. Mas acaba de chegar ao Brasil o remédio abemaciclibe (da farmacêutica Eli Lilly), a primeira opção contra essa enfermidade que pode ser empregada sem a tal hormonioterapia em certos cenários.
Em geral – e isso vai continuar assim –, a pessoa com um tumor de mama RH+/HER2- que se espalhou pelo corpo recebe quimioterapia ou terapia-alvo junto com comprimidos que bloqueiam a ação dos hormônios femininos. O abemaciclibe, aliás, também pode ser usado assim (e como primeira opção de tratamento, aliás).
“Acontece que, às vezes, já utilizamos diferentes combinações, com diferentes tipos de hormonioterapia, e não conseguimos controlar o câncer”, lamenta o oncologista Antonio Carlos Buzaid, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Nessa situação, tínhamos poucas opções, como dar mais doses de químio isoladamente”, completa.
Eis que estudos com a nova medicação mostraram que, até nesse cenário mais complicado, ela trouxe resultados positivos. Segundo o estudo Monarch-1, quase 20% das mulheres que, passadas todas as etapas prévias, recorreram a esse fármaco como tratamento único tiveram uma resposta positiva considerável. Parece pouco, mas outros levantamentos revelam que a quimioterapia só beneficiou 10% dessas pacientes.
Além de dobrar a taxa de resposta, o abemaciclibe freou o avanço da enfermidade por seis meses (ante três meses da químio).
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