O câncer de cabeça e pescoço engloba os
tumores que atingem a cavidade nasal, os seios da face, a boca, a
laringe e a faringe. A maioria das neoplasias de cabeça e pescoço se
inicia nas células escamosas que revestem as superfícies úmidas da
região, por exemplo, dentro da boca, do nariz e da garganta. Os tumores
de cabeça e pescoço também podem começar nas glândulas salivares, que
contêm diferentes tipos de células que podem tornar-se cancerosas.
No Brasil, estimam-se 11.200 casos novos
de câncer da cavidade oral em homens e 3.500 em mulheres para 2019.
Esses valores correspondem a um risco estimado de 10,86 casos novos a
cada 100 mil homens, ocupando a quinta posição; e de 3,28 para cada 100
mil mulheres, sendo o 12º mais frequente entre todos os cânceres.
Os principais fatores de risco
associados ao câncer de cabeça e pescoço são o tabagismo e o álcool.
Outros fatores importantes são a infecção pelo vírus HPV - esse vírus é a
principal causa do câncer de colo de útero, mas também está ligado ao
desenvolvimento de tumores de canal anal, pênis, orofaringe, vagina e
vulva, infecções do vírus de Epstein-Bar (EBV), consumo de bebidas e
comidas muito quentes e a exposição excessiva ao sol. A doença costuma
ser mais frequente em pacientes com idades entre 50 e 60 anos.
“Os sintomas típicos dos tumores de
cabeça e pescoço incluem o aparecimento de nódulos, feridas que não
cicatrizam, dor de garganta que não melhora, dificuldade para engolir e
alteração ou rouquidão na voz”, explica o Dr. Bruno França, oncologista e
diretor médico do CON - Oncologia, Hematologia e Centro de Infusão.
“Entretanto, estes sintomas também podem ser causados por outras
condições clínicas. Por isso, ao identificar estes sinais, é importante
procurar o seu médico”, alerta o especialista.
Quando diagnosticados precocemente, os
tumores de cabeça e pescoço têm grandes chances de cura. O diagnóstico
pode ser feito por meio de avaliação clínica, além de exames de imagem e
biópsia.
O tratamento vai depender da
localização, extensão do tumor e de suas características moleculares. “O
resultado do tratamento está diretamente relacionado a uma abordagem
multidisciplinar, onde estarão envolvidos o cirurgião de cabeça e
pescoço, o oncologista clínico, o radio-oncologista, o enfermeiro, o
nutricionista, o psicólogo, o fonoaudiólogo, o fisioterapeuta, o
estomatologista e outros”, explica o Dr. Bruno.
A intervenção terapêutica é classificada
como multi modal, uma vez que envolve combinações entre cirurgia,
quimioterapia, radioterapia e terapia alvo.A imunoterapia,
recentemente, ganhou espaço e tem sua aplicação no contexto da doença
metastática.
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