Nove em cada 10 profissionais são contratados pelo perfil técnico e
demitidos pelo comportamental. É o que aponta o levantamento da Page
Personnel, consultoria global de recrutamento para cargos de nível
técnico e suporte à gestão.
O estudo leva em conta as respostas de 1.400 executivos de recursos
humanos de janeiro até agosto, de empresas dos setores de varejo,
vendas, TI, propriedade e construção, marketing, finanças, engenharia e
RH.
De acordo com Renato Trindade, gerente da Page Personnel, há muitos
profissionais qualificados tecnicamente, com um currículo repleto de
bons cursos e atividades complementares, mas tanto repertório não é
suficiente para conquistar uma boa vaga.
"O profissional precisa ter uma forte inteligência emocional e buscar
novas habilidades, como trabalhar em equipe, respeito ao próximo,
inspirar e desenvolver pessoas. Muitos executivos acabam sendo
atropelados pelo próprio ego e pagando um preço alto, muitas vezes
acarretando em demissão”, explica.
Renato Trindade elenca 5 alertas que os profissionais devem considerar
quando houver problemas desencadeados pelo lado comportamental:
Curva de aprendizado em declínio (alerta: baixo desenvolvimento)
Quando foi a última vez que você adquiriu uma nova habilidade? Ou que
enfrentou um desafio real? Se você não tem se sentido estimulado
ultimamente, talvez seja melhor começar a pensar em um novo rumo para a
carreira. Aprender com o trabalho é extremamente importante.
Chances de promoção fora do radar (alerta: estagnação)
Permanecer estagnado na mesma posição por muito tempo pode afetar a
satisfação e até a performance no emprego. Quando não há chance de
promoção, as pessoas tendem a ficar desmotivadas. Quando isso acontece, o
trabalho se torna uma obrigação. Trabalho é sempre trabalho, mas é
possível e importante gostar daquilo que se faz. Caso isso não seja uma
opção, é outro sinal para sair de onde está.
Dificuldades para ser autêntico (alerta: adaptação inviável)
Você evita falar o que pensa no trabalho? O ambiente é tão engessado
que você não consegue nem ter uma conversa relaxada com seus
companheiros de equipe? Suas ideias sempre são imediatamente
descartadas? Então, provavelmente, você já começou a se autossabotar.
Quando paramos de ser autênticos, os problemas vão começar a surgir.
Quando não há liberdade para expressar minimamente as verdades, é muito
difícil que haja uma boa combinação até mesmo com a cultura da
companhia. No longo prazo, as chances de a companhia buscar alguém com
perfil mais bem adaptado à realidade imposta é muito grande. Falta de
autenticidade prejudica inclusive o potencial de liderança.
Problemas de saúde com frequência (alerta: estresse e somatização)
Em casos mais sérios, o estresse ocasionado pelo trabalho pode ser o
gatilho para vários tipos de complicações de saúde. Desde problemas de
pressão até ataques de pânico e ansiedade, afetando de forma realmente
negativa o cotidiano. O estresse pode ser considerado como elemento
comum de qualquer rotina, até mesmo quando chega a níveis mais
alarmantes.
Porém, quando ataques de pânico e ansiedade se tornam comuns,
infelizmente é sinal de que não há outra alternativa. Não cabe
julgamento, mas vale pensar em mudança. Saúde é prioridade. E outro
detalhe: sem saúde mental e física, não existe alta produtividade.
Quando as pressões externas refletem no corpo, ocorre o processo de
somatização, um vilão para a vitalidade.
Dificuldades para se desligar dos problemas (alerta: riscos à reputação)
Falar apenas sobre o trabalho pode ser um sinal de problema. O
equilíbrio entre vida profissional e pessoal está cada vez mais em foco
no mundo corporativo, e com um bom motivo. Se você não consegue tirar
sua cabeça do local de trabalho, é provável que ele esteja demandando
muito de você. Todos falam sobre a carreira com amigos e família, mas há
sempre outros tópicos de conversa.
Fonte G1
Comentários
Postar um comentário