Presidente do Sindicombustíveis-PE e donos de postos de gasolina também são investigados, segundo a Polícia Civil.
Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, na manhã de ontem (15), a Operação Funil, que investiga a formação de cartel no setor de combustíveis na Região Metropolitana do Recife e interior do estado. Três pessoas foram presas e 27 mandados de busca e apreensão cumpridos.
O crime de cartel consiste na cooperação entre empresas para manipular o preço do combustível. Os mandados foram cumpridos em residências (10) e postos de gasolina (17) no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Abreu e Lima, Igarassu, Moreno, Vitória de Santo Antão, Pombos, Paudalho, Glória do Goitá, Gravatá e Bonito. Uma espingarda foi apreendida num posto em Moreno, na BR-232.
Ainda segundo o delegado, houve mandado de busca cumprido na casa do presidente do Sindicombustíveis-PE, Alfredo Ramos Pinheiro. “Ele está sendo investigado, assim como donos de postos. Então é uma investigação bem longa e que a gente espera aprofundar mais à frente”, disse.
Participaram da operação 163 policiais civis, entre delegados, comissários, agentes e escrivães. Esta é a 14ª Operação de repressão qualificada de 2018.
Os três vão responder por crime contra a ordem tributária. “Infelizmente, no momento que estamos vivendo, com os combustíveis com alto valor, a sociedade, inclusive, clama pela redução desses preços, a gente tem a informação que o sindicato estaria direcionando os preços aqui no estado de Pernambuco”, comentou o delegado.
Presidente do Sindicombustíveis-PE foi um dos alvos de operação da Polícia Civil, no Recife (Foto: Pedro Alves/G1)
Resposta
Em resposta à operação, o presidente do sindicato, Alfredo Pinheiro Ramos, informou que respeita a ação da polícia, mas que considera a imputação do crime antecipada ao direito de defesa dos acusados.
“Em Pernambuco, temos 1.600 postos de combustíveis e apenas 350 associados, além da competição dos supermercados. É humanamente impossível combinar preços, porque o próprio consumidor regula a concorrência. Na maioria das vezes, nosso lucro é de 10% entre o valor fornecido e revendido, não há como a diferença entre os postos ser absurda. Temos como provar que não existe cartel”, disse.
O presidente do sindicato informou, ainda, que não teve acesso ao processo e criticou os índices de roubos de cargas em Pernambuco. Houve, em abril deste ano, 52 ocorrências de roubos de cargas.
"Vemos o quanto é difícil ser empresário no Brasil, principalmente no segmento dos combustíveis, porque quase 50% do valor do combustível é de impostos. O estado tem incapacidade de combater cargas roubadas. Todos os dias tem aumento no valor da gasolina, publicado no site da Petrobrás e temos uma acusação de cartelização. Com a difusão de empresários bons e não bons, como posso alinhar preço?", questionou Alfredo Pinheiro Ramos.
Comentários
Postar um comentário