Postado em 01 de março de 2024
Março começa vestido com cores para a conscientização, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da endometriose e do câncer de colo do útero. Um mês inteiro destinado a mobilizações como parte da campanha nacional “Março Amarelo e Lilás”. Muitas vezes negligenciadas por desinformação ou falta de acompanhamento médico regular, a endometriose e o câncer do colo do útero atingem milhões de brasileiras, comprometendo a saúde e a qualidade de vida dessas mulheres.
O Março Amarelo corresponde à luta para detecção e tratamento da endometriose. Esta condição afeta cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo. São cerca de 7 milhões somente no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A endometriose é uma doença que ocorre quando a camada que reveste a parede interna do útero, chamada endométrio, cresce em outras regiões do corpo, causando lesões, inflamações e aderências entre os órgãos. Como a endometriose é uma doença com padrão inflamatório, há uma modificação no funcionamento do organismo. Ela tem sido muito estudada nos últimos anos por especialistas, mas não há consenso sobre sua causa inicial, apesar de algumas teorias. Entre hipóteses aventadas como gatilhos para o problema, está a produção de estrogênio - resultado de fatores que vão da genética e estresse à inflamação no corpo. Neste caso da inflamação no corpo, com influência direta da alimentação da mulher.
Ainda que considerada benigna, a endometriose, na maioria das vezes, pode ser acompanhada de dores fortes contínuas (entre 80% e 90% das mulheres com endometriose têm dor exacerbada, como cólicas menstruais e dores nas relações sexuais), dor pélvica, anemia e fadiga, dor ao defecar e/ou modificação do funcionamento intestinal. As mulheres em fase reprodutiva enfrentam risco ampliado da infertilidade: estudos estimam que 40% das pacientes com endometriose lidam com problemas para engravidar.
“Apesar do volume de publicações nos últimos anos, incluindo científicas, e outras vistas nas mídias sociais, a endometriose é uma doença que costuma ser cercada de mitos e falsas verdades, o que tem relação direta com a falta de informação”, diz a médica radiologista Andréa Leite, especialista em imagem abdominal, pélvica e oncológica. “Precisamos estar unidas para propagar dados corretos, falar da importância do acompanhamento regular dos especialistas e da realização de exames acurados para que providências sejam tomadas e as mulheres possam ter uma vida saudável”, completa Andréa Leite, do Centro de Diagnóstico Lucilo Ávila (CDLA), instituição referência em exames de imagens em Pernambuco e que encampa agora em março a Campanha Nacional Amarelo-Lilás.
Em centros de imagem avançados como o Lucilo Ávila, os exames destinados ao diagnóstico da endometriose são as ultrassonografias transvaginal comum e a ultrassonografia com preparo intestinal para mapeamento da endometriose e a Ressonância Magnética da Pelve. O exame com preparo intestinal recomendado às mulheres com endometriose consegue investigar com detalhamento e precisão, a saúde dos compartimentos da pelve, incluindo ligamentos importantes, útero e ovários da mulher. De outro modo, visualizar trompa, bexiga e ureteres e porções do reto inferior, médio e superior. Também visualiza estruturas sutis como o peritônio, que recobre os órgãos pélvicos e abdominais. Com exames complementares de imagem, é possível se fazer um mapeamento pélvico capaz de mostrar à equipe médica a localização, tamanho e extensão das lesões.
Colo de útero
A outra campanha nacional que tem as mulheres como foco é o Março Lilás, que alerta sobre o câncer de colo do útero. Este é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no país. Para cada ano do triênio 2023-2025, foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres, conforme estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). “São cenários preocupantes, mas, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor será o tratamento”, afirma a médica radiologista Viviane Medeiros. Na região Nordeste, a taxa do câncer de colo de útero é ainda maior (fica em 17,59 casos a cada 100 mil, sendo o segundo mais incidente) e, em Pernambuco, a cada grupo de 100 mulheres, 12,14 são diagnosticadas com o câncer de colo de útero.
Para diagnosticar o câncer de colo de útero, os exames mais utilizados são os a citologia oncótica e colposcopia. Para se avaliar o grau de disseminação do câncer via imagem (tecnicamente chamado de estadiamento), a Ressonância Magnética (estadiamento local) e a tomografia computadorizada (estadiamento à distância) são exames essenciais no manejo.
SERVIÇO
O que: Campanha Amarelo-Lilás do Centro Diagnóstico Lucilo Ávila
Quando: De 1º a 31 de março/24
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