Postado em 04 de junho de 2023
Finalmente as portas se abriram e adentramos à casa de espetáculos, a qual ficou lotada rapidamente
A noite estava clássica e prometia muito. Depois de enfrentar um trânsito lento por conta do final da tarde e início de noite, finalmente chegamos ao teatro onde Marisa Monte se apresentaria pela primeira vez em Toronto. Quando finalmente chegamos ao teatro, encontramos uma plateia eclética e ansiosa para ver a diva de voz de soprano, mas que na realidade, ela tem a voz de uma sereia.
Finalmente as portas se abriram e adentramos à casa de espetáculos, a qual ficou lotada rapidamente; haja vista, todos os ingressos terem sido vendidos em questão de horas, o que exigiu um show extra no dia seguinte, pois Marisa Monte não cabe em apenas uma apresentação.
Quando as cortinas se abriram, a plateia inteira ficou anestesiada ao ver aquela moça esguia, bonita e talentosa, desfilar seus grandes sucessos. Aliás, não há uma só música da Marisa Monte que não seja sucesso. A cantora flutuava no palco! E com o seu bailar flutuante e aquela voz que traz consigo o mar; como um idílio marinheiro aos Filhos de Iemanjá, a diva nos presenteou com um espetáculo de luz, cor, voz, talento e emoção, fazendo com que não pudéssemos conter a emoção.
Marisa Monte é Sereia e Filha de Iemanjá. Além de, assim como eu, ter a Escola de Samba Portela no coração. Tudo azul e tudo branco!
Além de todo o talento e beleza do espetáculo, algo muito chamou a atenção: a simplicidade de Marisa Monte! Ela dedicou metade do seu show para apresentar seus músicos. Mas não foi uma apresentação simples, não! Ao apresentar cada um deles, a cantora descrevia a biografia artística de cada um, como se fossem todos uma só família.
O ponto máximo da humildade de Marisa Monte, foi exposto quando no meio de uma canção, ela foi até a lateral do palco e agradeceu, através de gestos, a um dos seguranças pelo serviço que ele estava fazendo. E antes do final do espetáculo, Marisa Monte fez questão de agradecer a todos os profissionais que estavam trabalhando por detrás das cortinas: “sem o trabalho e a dedicação de vocês, o espetáculo não acontece. Muito obrigada!”
O final foi poético! Tudo às escuras, tendo apenas um canhão de luz incidindo sobre ela, Marisa Monte cantou à capela o seu primeiro sucesso, “Bem que se quis,” com o acompanhamento luxuoso do público, o qual era projetado em um telão servindo de cenário. De repente, no meio daquele êxtase musical, Marisa Monte se retira do palco na escuridão e o público termina a canção por ela. Um luxo!
Em meio a tanta PORCARIA E LIXO MUSICAL que nos atamancam os ouvidos, ver e ouvir Marisa Monte, funciona como um bálsamo de pureza musical, talento incontestável e simpatia sem igual. Ela é sem dúvida, digna de ser chama para sempre de DIVA. Marisa Monte, assim como Maria Bethânia, são o que há de melhor no cenário artístico e cultural do Brasil. Legítimas e impagáveis embaixatrizes da nossa verdadeira música; a música de qualidade. A passagem de Marisa Monte por Toronto, dignificou a todos nós brasileiros que, mesmo distante, sempre apreciamos a Cultura Brasileira. Odoyá! Quem venham mais espetáculos assim, pois esse foi o meu melhor presente de aniversário.
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