Coluna do Rod Silva: A NOSTALGIA QUE NOS ACOMPANHA

Postado em 09/05/23

São nesses momentos de isolamento sensorial que as mais doces lembranças da nossa vida vêm à tona e tudo se reflete em saudades

Perdidos em nossos pensamentos, muitas vezes nos sentimos isolados do mundo. Parece que a nossa mente no transporta para dentro de uma redoma à prova de realidade e nos remete através do pensamento aos recantos mais longínquos que a memória pode chegar.

São nesses momentos de isolamento sensorial que as mais doces lembranças da nossa vida vêm à tona e tudo se reflete em saudades latentes, que parecem não ter fim e teimam em fazer parte de nós, para que nunca esqueçamos de onde viemos, antes de chegarmos a algum lugar que almejamos. 

Sempre me recorrem à lembrança, aquelas encandeadas noites de São João em Gravatá, as quais sempre encantavam os meus olhos com suas fogueiras queimando nas ruas, assim como aquelas altas horas em que ficávamos sentados na calçada sentindo a brisa fria da madrugada, tendo a própria fogueira como fonte de calor e servia para assarmos milho.  

Enquanto isso, a brisa notívaga e fria trazia consigo o som dos acordes juninos vindos dos bairros periféricos que estavam em festa, assim como os balões que cruzavam o céu iluminado pelas estrelas em homenagem aos Santos festejados. 

Como criança e por ter nascido na véspera de São João, as Festas Juninas sempre exerceram e exercessem grande nostalgia em mim. Elas me trazem recordações do afã de buscarmos lenha na mata, onde hoje a mata não mais existe, para fazermos a fogueira e o ato de debulharmos o milho. 

Quando a noite chegava, tudo era encantamento. Tudo era mágico e maravilhoso! Ao acendermos as fogueiras espalhadas pelos quatro cantos de Gravatá, era como se a cidade acendesse a sua própria luz. A vida era mais simples e brejeira, ao mesmo tempo!

Hoje só resta a saudade de um tempo que ficou para trás. Hoje, as noites as noites de São João não são mais como as de outrora e apenas a nostalgia habita o nosso imaginário, como um bálsamo para aliviar a saudade... de um tempo que não volta mais. Viva São João!!! 

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