Coluna do Rod Silva: A HIPÉRBOLE DA MÍDIA BRASILEIRA

Postado em 28/11/22

Entre os narradores, não há um critério plausível na hora de narrar os lances

Estamos na segunda semana da Copa do Mundo de Futebol e entre tantas polêmicas e controvérsias envolvendo o país-sede desse mundial, há algo recorrente para quem está acompanhando as transmissões dos jogos, que já beira o incômodo; que é o uso de adjetivos e jargões pelos narradores brasileiros. 

Entre os narradores, não há um critério plausível na hora de narrar os lances e jogadas, pois toda imagem vem acompanhada de uma fala sem sentido, o que muitas vezes faz com que os próprios narradores se percam em suas falas, passando a ideia de que eles não estão narrando o mesmo jogo que estamos vendo pela televisão. 

Um bom exemplo disso, é o Luís Roberto, da Rede Globo. Assistir a um jogo narrado por ele, chega a “cansar” os nossos ouvidos, pois ele exagera demais nas falas, chegando até mesmo a gritar desenfreadamente quando há um simples lateral a ser cobrado. Em uma de suas primeiras narrações, o Luís Roberto gritou tanto, que chegou a ficar rouco. Alguém da Direção da Rede Globo precisa urgentemente por freios nele. 

Na TV por assinatura a coisa não muda muito. Só que nesse caso, a hipérbole é usada como aditivo aos gritos histriônicos, o que torna as transmissões em algo difícil de se assistir. O resultado disso, é que a mídia brasileira exagera tanto, que muitas vezes em seus comentários, os narradores acabam por elevar jogadores medianos à categoria de craques, o que não condiz com a realidade. 

Há uma tendência horrível, entre os narradores, em ver drama e entusiasmo onde não existe. Um bom narrador precisa ter uma coerência estética em sua locução, para que não acabe comendo mosca e falando mais do que a imagem mostra. 

Poderíamos até justificar tudo isso, pelo simples fato de que os narradores também são torcedores. No entanto, dentro da ética profissional do jornalismo, é preciso se manter neutro e coerente no que se fala, pois há milhões de pessoas assistindo e uma postura condizente se faz necessária. 

Caso nada melhore, nos próximos jogos vamos colocar a TV no mudo e ficarmos apenas com as imagens. Ganhamos mais!