Postado em 26/09/22
O empreendimento vai viabilizar a construção da Ferrovia do Sertão, uma solução à conclusão da Transnordestina até o porto. Implantação vai gerar mais de 3 mil postos de trabalho diretos e indiretos durante as obras
O Governo de Pernambuco anunciou, nesta segunda-feira (26.09), a instalação de um Terminal de Granéis Sólidos Minerais no Porto de Suape. Na modalidade de Terminal de Uso Privado (TUP), o empreendimento será operado pela empresa Planalto Piauí Participações e Empreendimentos S.A., integrante do grupo Bemisa Brasil Operação Mineral S.A., mineradora autorizada pelo governo federal a implantar e explorar a Ferrovia do Sertão (EF233), nos 717 quilômetros entre Curral Novo (PI) e o porto pernambucano. Para a construção do terminal será investido R$ 1,5 bilhão, com a estimativa de movimentar anualmente 13,5 milhões de toneladas de minério de ferro.
A área do empreendimento é de 51,8 hectares e a obra, que tem previsão de início para o ano de 2025, vai gerar mais de 3 mil empregos, entre diretos e indiretos. Durante a operação, serão 400 empregos. O terminal está localizado dentro dos limites da Zona Industrial Portuária (ZIP), na Ilha de Cocaia, e o sistema logístico, viabilizado a partir da implantação do empreendimento, apresenta-se como alternativa à conclusão da Ferrovia Transnordestina até o Porto de Suape.
“Será mais uma opção logística fundamental, que vai baratear custos e dar uma condição de desenvolvimento para vários setores da economia de Pernambuco. Esse novo terminal também vai potencializar ainda mais a utilização de Suape, ou seja, outros estados e até países terão no porto um novo escoamento de produção, agora através da logística ferroviária”, destacou o governador Paulo Câmara. A ferrovia vai viabilizar a exportação de minério de ferro que o grupo empresarial explora no município de Curral Novo, onde há uma jazida com 800 milhões de toneladas de ferro, maior reserva mineral daquele Estado e uma das maiores do País.
O diretor-presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão, enfatizou que a instalação do terminal de minérios em Suape é um marco importante para a economia do Estado. “Somos o principal porto do Nordeste e concentrador de cargas, atualmente distribuídas pelo modal rodoviário e por cabotagem. Com a malha ferroviária, o porto poderá movimentar desde os grãos de soja de Matopiba, na região entre os Estados do Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão, até as frutas do São Francisco e a gipsita do Sertão do Araripe, além de interiorizar cargas como combustíveis, gás de cozinha, cargas conteinerizadas, veículos, entre outras mercadorias, consolidando sua integração à rede logística da região”, ressaltou.
O terminal terá capacidade de recebimento e embarque de 50 mil toneladas de minério por dia e volume máximo de 780 mil toneladas para estocagem no pátio. A operação tem previsão de arrecadar R$ 617,2 milhões em tarifas portuárias e um total de R$ 184,5 milhões pelo arrendamento da área durante a vigência do contrato, que é de 30 anos. “Pernambuco foi um Estado que sempre nos recebeu muito bem, e o governador Paulo Câmara foi essencial para isso. A gente já vem discutindo há alguns anos sobre essa possibilidade, que hoje culminou na assinatura do contrato de arrendamento”, ressaltou o CEO da Bemisa, Augusto Lopes.
BEMISA - O grupo Bemisa, um dos maiores do País no ramo de exploração e exportação de minérios, é o investidor privado que vem tratando sobre o terminal com o Governo de Pernambuco desde 2019, para escoar o minério por Suape. Sediada em Minas Gerais, a empresa formalizou junto ao Ministério da Infraestrutura, no dia 2 de setembro deste ano, o interesse em viabilizar a ferrovia. Presente em sete Estados brasileiros, tem um portfólio de nove projetos, que englobam minério de ferro, ouro, níquel, fosfato e calcário.
Participaram da solenidade os diretores-presidentes da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Roberto Abreu; da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Djalma Paes; da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger; e José Luiz Vidal, conselheiro da Bemisa.
Fotos: Aluisio Moreira/SEI
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