Postado em 24/08/22
Enquanto o mundo enfrenta há mais de dois anos as consequências da COVID-19, uma doença avança e pode atingir 50% da população até 2050. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a miopia é uma epidemia do século XXI e já atingiu 35% da população mundial em 2020. No mundo, o número de pessoas com miopia chega a 2,6 bilhões. No Brasil, há 59 milhões com essa condição.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBPO) explica que a miopia consiste em um erro de refração no qual a visão sem correção (quando não são utilizados óculos ou lentes de contato) é melhor para objetos próximos do que distantes. O uso em excesso de telas de aparelhos como celulares e tablets, por exemplo, também pode favorecer o aparecimento de problemas na vista.
Uma das principais aliadas no tratamento à miopia (e outras doenças também, como hipermetropia e astigmatismo) é a cirurgia refrativa, que tem como objetivo corrigir erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia) reduzindo ou eliminando a necessidade do uso de óculos e/ou lentes de contato.
A oftalmologista Adriana Falcão, do Hospital Santa Luzia, unidade referência em oftalmologia da Rede Vision One, destaca a importância do procedimento. “Na maioria dos casos deixa o paciente totalmente independente dos óculos”, afirma. A oftalmologista ressalta que alguns cuidados devem ser tomados. “Durante a consulta pré-operatória acompanhada, da realização de exames complementares, avaliamos se o paciente apresenta indicação para realização do procedimento”, esclarece. “Havendo indicação e sendo recomendada a técnica correta para cada paciente, o resultado é fantástico”, garante.
A cirurgia refrativa pode ser realizada através de diferentes técnicas cirúrgicas, com o objetivo de reduzir ou eliminar o uso de óculos e lentes de contato. O procedimento pode ser inclusive coberta pelo plano de saúde, desde que o paciente atenda aos requisitos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Quem pode fazer a cirurgia
Todos os pacientes acima dos 21 anos, que apresentem grau estável (mudança de até 0,50 dioptria por ano), estão aptos a realizar os exames pré-operatórios para a cirurgia, os quais avaliarão o formato e espessura da córnea, assim como a presença de outras patologias oculares. Córneas muito finas ou com formatos alterados não devem ser submetidas ao tratamento. Se a córnea apresentar algum tipo de degeneração ou ectasia, a cirurgia pode ser contra-indicada.
O grau pode voltar?
É muito improvável que ocorra o retorno do grau desde que sejam respeitadas as normas corretas para indicação da cirurgia, bem como tomados os cuidados adequados tanto no pré como no pós-operatório. Pois para garantir que o alto índice de sucesso do procedimento se converta em um quadro definitivo da visão, é preciso transitar por uma equação que envolve idade, estabilidade do grau ocular e um conjunto de recomendações.
Técnicas mais utilizadas
A cirurgia refrativa pode ser realizada por diversas técnicas. As mais usadas são o PRK (ceratectomia fotorrefrativa) e o LASIK (laser assisted in situ keratomileusis). Com o primeiro, é realizada uma raspagem para remover o epitélio da córnea (camada mais superficial), e então é aplicado o laser, corrigindo o grau do paciente. Já no LASIK, o médico cria o flap corneal, cortando uma fina camada da córnea com o laser (laser de femtosegundo). Depois, outro laser é utilizado para a correção do grau.
Pós-operatório
Normalmente, o pós-operatório da cirurgia refrativa é relativamente tranquilo, sem necessidade de internação, apenas tomando os cuidados prescritos pelo especialista responsável.
A recuperação da cirurgia refrativa é diferente para cada paciente e depende de cada técnica utilizada. O paciente percebe melhora na visão logo após o procedimento, porém a recuperação total acontece cerca de três meses depois da cirurgia. A estabilização da visão pode ocorrer antes.
Em alguns casos, o paciente deverá usar lentes de contato terapêuticas e colírios para que os olhos se recuperem bem.
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