Postado em 21/08/22
No início, Gravatá era apenas uma fazenda de propriedade de Justino Carreiro de Miranda, a qual servia de paragem para os viajantes que por estas terras passavam. O tempo passou e a fazenda virou vila, virou comarca e finalmente, chegamos à categoria de cidade.
Ao longo dessa linha do tempo, muitas edificações foram erguidas em nossa cidade e todas possuem estilos diversos, que vão desde o Estilo Rococó, passando pelo Neo Clássico, até o Estilo Gótico. São verdadeiras joias da arquitetura do início do Século XX, que resistem ao tempo até os dias de hoje. Infelizmente, alguns desses patrimônios sucumbiram ao longo do tempo, pela falta de respeito à História de Gravatá e pela falta de interesse da Administração Municipal.
Não se pode falar do Casario Histórico de Gravatá, sem mencionar o ex-Prefeito Joaquim Didier (1908/1913 – 1017/1919), que foi o grande responsável pela construção das nossas maiores expressões arquitetônicas, entre elas, o Prédio da Prefeitura e os Casarões da Avenida que leva o seu nome. Essas construções felizmente estão em perfeito estado de conservação. Mas não é a mesma sorte de muitos outros espalhados pela cidade.
Há tempos, a Acadêmica, Professora e Mestra Dilsa Farias, através dos seus escritos poéticos, vem chamando a atenção do Poder Público para que seja dada uma atenção especial pela conservação do nosso patrimônio arquitetônico. Há casos em que os herdeiros dessas edificações decidem por vendê-las, o que resulta na demolição delas, para dar lugar a construções ditas “modernas”, mas que na realidade são estruturas sem forma e sem vida. Isso é um alijamento da nossa História.
Contudo, os ventos do Planalto da Borborema que abanam Gravatá estão mudando de direção. Com a realização da 15a Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco em nossa cidade, a Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer, dão sinais claros de comprometimento em tombar o nosso Casario Histórico e transformá-lo em um corredor turístico e cultural, a exemplo do que já acontece no Recife e em Olinda.
Essa iniciativa nos emociona, nos fortalece e muito nos orgulha. Não há argumentos plausíveis para justificar os benefícios que esse tombamento trará para Gravatá e nem há valorização maior para a nossa História. Mas principalmente, não há dinheiro que pague o legado que deixaremos para as gerações vindouras.
Mesmo tão distante, sinto uma emoção do tamanho da Serra das Russas, ao ver que a nossa cidade está navegando por mares nunca dantes navegados, seguindo um Norte Verdadeiro, rumo a um porto seguro. E no timão desse barco, estão o comprometimento, o respeito, o profissionalismo e o trabalho. Viva Gravatá!
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