Postado em 21/02/22
Enquanto choram as perdas com essa tragédia e nenhuma solução aparente está na linha do horizonte dos “mandarins do mundo”, como uma tragédia já muito anunciada, apenas nos resta a angustiante certeza de que ano que vem... tem mais!
Petrópolis, no Rio de Janeiro, foi fundada por D. Pedro e por isso que tem esse nome.
A cidade servia como veraneio para a Família Imperial na época do Brasil-Colônia e por conta disso, ganhou o carinhoso apelido de “Cidade Imperial”. Trata-se de um lugar muito bonito, cercado pela Serra do Mar, com um clima frio e constante.
Cheguei no Rio de Janeiro em julho de 1988. No início daquele ano, ocorreram chuvas de proporções muito grandes na chamada Região Serrana daquele Estado, onde se localiza a Cidade de Petrópolis. Houve muita devastação e consequentemente, muitas mortes por conta das enxurradas naquela região.
Trinta e quatro anos se passaram e a tragédia se repetiu. Aliás, tem se repetido anualmente e em proporções sempre catastróficas, mas agora as consequências foram ainda maiores que em 1988. Tivemos mais mortos e mais devastações e ainda não chegamos aos números finais de mortes e aos prejuízos causados pela grande enxurrada que levou consigo dezenas de casas e vidas...
Essa tragédia praticamente já faz parte do “calendário de chuvas” do Rio de Janeiro e tende a continuar, pois as construções irregulares em locais de florestas nativas crescem de forma acelerada e a dita “Cidade Imperial”, assim, tem convivido com essas mazelas anuais, as quais parecem não ter solução.
Por um lado, tem o poder público que parece estar acostumado com o déficit imobiliário. Do outro lado, tem a população carente de moradia, a qual não tem outra alternativa a não ser malocarem-se nos morros daquela região, para terem um barraco e assim o chamarem de “LAR...”
Hoje, somos todos Petrópolis! Precisamos juntar as nossas forças em uma corrente de solidariedade, para que possamos ajudar aos flagelados dessa tragédia nacional que parece não ter fim. Até quando, continuaremos a testemunhar esse número descabido de perdas humanas?
Enquanto choram as perdas com essa tragédia e nenhuma solução aparente está na linha do horizonte dos “mandarins do mundo”, como uma tragédia já muito anunciada, apenas nos resta a angustiante certeza de que ano que vem... tem mais!
“... A gente quer viver uma nação!...” Gonzaguinha.
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