Postado em 01/12/21
“Cego às avessas. Como num sonho, vejo o que desejo.” Caetano Veloso.
Ainda em minhas andanças pelo Brasil recentemente, pude constatar a realidade brasileira ainda mais de perto. Nua e crua, sem piedade e sem véu de alegoria. Vi um país na UTI e pedindo socorro, com um diagnóstico de enfermidade grave datado de 22 de abril de 1500.
As mazelas por mim testemunhadas, não fazem distinção de cor, raça, credo e nem mesmo de lugar, pois os problemas sociais no Brasil são os mesmos na Paraíba, assim como em São Paulo. Tudo converge para o errado, para a ilegalidade, para a polaridade. Quem ganha com tudo isso? Com certeza não é o cidadão trabalhador assalariado, o qual enfrenta o transporte lotado, muitas vezes atrasado, além da arma do bandido apontada para a sua cabeça.
Visto de fora, o Brasil é sem dúvida o melhor país do mundo. Visto de dentro, a podridão impera e o brasileiro vive encarcerado por um sistema político ditatorial, o qual obrigada o cidadão a votar sob pena de multa e cessação do direito de ir e vir, para que tudo seja convergido para a perpetuação no poder, de políticos corruptos e traidores do povo. E são exatamente esses corruptos que ao se perpetuarem no poder, criam leis que os beneficiam e os tornam impunes. Ou seriam intocáveis?
O nosso Brasil está muito doente e em estado grave. Mas ainda não está em estado terminal, pois o verdadeiro cidadão não permite que o país seja sepultado por uma minoria execrável e totalmente deplorável. Mas esses cidadãos não formam a maioria, pois a maior parte do povo brasileiro é mantida na ignorância e carente de segurança, saúde, trabalho e mais recentemente, o STF anda ceifando alguns direitos civis, como a Liberdade de Expressão, ferindo de forma contundente e arbitrária, a nossa Constituição.
O Brasil é um país maravilhoso. O que o estraga é o povo, que não merece o país onde habita. Salvem-se as exceções. E é exatamente esse povo que estraga o nosso país, que se comporta de forma individualista, quebrando as regras e está sempre olhando para o próprio umbigo. Infelizmente não somos uma sociedade coletiva, pois o individualismo fez morada nas “Terras Brasilis”, desde o dia em que fomos “descobertos” pelos portugueses. Mas bem que poderíamos ter sido descobertos pelos ingleses.
Quando Pero Vaz de Caminha escreveu em sua carta ao Rei de Portugal, dizendo que “nesta terra tudo que se planta dá,” ele certamente não esperava que essa frase tivesse um efeito colateral 500 anos mais tarde, pois hoje no Brasil tudo o que não presta, se planta e se prolifera. Faz sucesso. No Brasil, é nítido que o certo virou o errado, assim como o errado virou o certo. Deus salve o Brasil.
“Cego às avessas. Como num sonho, vejo o que desejo.” Caetano Veloso.
Perfeito!
ResponderExcluirFalou tudo!👏👏👏