São momentos repentinos e rápidos ao mesmo tempo, que nos fazem parar no tempo...
Muitas vezes, de repente e não mais que muito de repente, a nossa memória viaja por momentos do passado que nos remetem às lembranças mais longínquas que podemos trazer de volta. São momentos repentinos e rápidos ao mesmo tempo, que nos fazem parar no tempo... um instante no tempo. Ao passarmos por essas experiências, tudo passar a ser sensorial, mágico e emocionante, pois muitas vezes elas trazem experiências vividas que nem lembrávamos mais.
E essas lembranças se tornam ainda mais à flor da pele nas pessoas de grande sensibilidade, como eu, e que por vezes nos levam às lágrimas. Dizem que os saudosistas namoram o passado para poderem viver o presente. Eu sou um tanto quanto assim.
E como esses, como acontecem? Eles acontecem como em um ímpeto de surpresa; sem esperarmos obviamente. Talvez seja esse o segredo da emoção repentina que essas lembranças do passado nos proporcionam. Seja através de um cheiro, de um objeto, ou até mesmo simplesmente através de um momento que nos remeta ao passado. Mesmo que seja por alguns segundo.
Recentemente, estava eu trabalhando quando ao pegar em um objeto que iria ser enviado como um presente de Natal para alguém, me veio de forma atamancada a lembrança da minha mãe. Embora ela já tenha partido desse plano há quase trinta anos, a lembrança dela se fez tão presente e tão forte naquele instante, que fui às lágrimas; tamanha a emoção do momento. Havia ali, a presença iluminada dela e isso me fez parar no tempo e me remeter à aurora da minha vida. Aos tempos em que eu era criança em Gravatá.
Pude, muito que brevemente, sentir a brisa do Planalto da Borborema soprar no meu rosto e junto com o vento, vi em pensamento o rosto da minha mãe. Parecia que ela estava ao meu lado naquele breve instante no tempo... como o vento! O vento de Iansã!
Escrevo como quem chora! Como quem grita em emoção o verdadeiro sentido das palavras, através das mais doces e longínquas lembranças do meu eu verdadeiro... da minha alma matuta e brejeira, com a qual eu me identifico e me orgulho, pois, caso contrário, não seria eu que vos escreve... como quem se emociona...
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