Reporto-me à Década de 70 e meados dos anos 80, onde a vida “caminhava” em passos lentos em Gravatá.
Lembro-me do tempo em que a minha Gravatá era ainda mais bucólica, inocente, brejeira, interiorana. Vivíamos um pouco alheios aos acontecimentos e às novidades que surgiam na capital. Parecíamos estar em uma espécie de bolha de proteção a tudo e tínhamos o nosso jeitinho matuto encravado em nossas festas tradicionais, como a Festa de Reis.
Reporto-me à Década de 70 e meados dos anos 80, onde a vida “caminhava” em passos lentos em Gravatá. Vivíamos em uma época na qual tudo era mais simples e belo ao mesmo tempo e de certo modo, havia um ar de romantismo naquelas manhãs de Domingo, ao vermos os fiéis caminhando para a Missa das Crianças na Matriz de Sant’Anna. Ainda não se falava sobre aquecimento global e fazia muito frio em nossa cidade. Como era bom!
Recordo ainda, das tardes de chuva. Como era maravilhoso sentirmos a chuva trazida pelo vento do Planalto da Borborema bater no rosto. E a chuva em Gravatá, ainda hoje, trás consigo algo especial, além de alento para os dias quentes, pois com a aproximação da chuva as montanhas que cercam a nossa cidade se tornam ainda mais azuis e o vento “baila” por entre elas em um espetáculo lindo e repleto de nostalgia.
Quero voltar a sentir o cheiro da chuva no final de tarde, misturado ao cheiro do cuscuz vindo das residências... Esse é o verdadeiro cheiro de Gravatá, minha terra amada! Sinto saudades e isso me emociona. Por isso, por mais que eu ande por lugares distantes pelo mundo e por força do destino eu esteja tão distante, visitar a minha cidade-natal e respirar o seu ar, me trás paz, energia positiva e alegria. É um encontro marcado com a minha essência, a minha raiz, a minha alma.
Para um verdadeiro filho da terra, como eu, subir o Alto do Cruzeiro e contemplar aquela paisagem infinita que só Gravatá tem, não há dinheiro no mundo que pague a minha satisfação e emoção; não há nada igual. Sou um eterno matuto, graças a Deus, e isso me fortalece, me engrandece e me orgulha, pois apesar da idade, ainda sou um menino do interior que vive agarrado às suas lembranças. Lembranças essas, que trazem consigo a chuva e o vento, que sempre acontecem nas tardes de chuva de Gravatá.
Não cabe em mim, a alegria e a emoção de subir a Serra das Russas e ver à distância a minha cidade e suas luzes de esperança. Suas montanhas azuis e sua gente tão nossa, quanto eu mesmo sou de Gravatá... Saudades!
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