COLUNA DO ROD SILVA: NOSSA LINDA JUVENTUDE.

Anda! Quero te dizer nenhum segredo. Falo desse chão da nossa casa. Vem que está na hora de arrumar...” Beto Guedes.

Aquelas tardes de domingo em Gravatá eram tardes bonitas. Estou me referindo até os meados dos anos 80, onde até aqueles tempos, a juventude da nossa cidade vivia a flor da idade e o mundo era algo muito bonito a ser explorado. Naquela época, levavam-se 2 horas até chegar no Recife e descer a Serra das Russas não era tão comum como hoje em dia. Quem não se lembra das lotações para irmos á praia? Piedade, perto da igreja, era o ponto dos Gravataenses. 

Os jovens daquela época, em sua grande maioria, se divertiam com o que Gravatá TINHA para oferecer e era muito bom! Lembro-me dos bailes memoráveis sábado à noite no Centro Desportivo Gravataense, o CDG, onde o saudoso Grupo Alcano fazia o baile pegar fogo. Quando não tinha baile no CDG, havia a discoteca no XV de Novembro. Na sede aquática do CDG, aconteciam as famosas “Manhãs de Sol.” Isso me faz lembrar aqueles Festivais do Guaraná que aconteciam no antigo CERU “Professor Antônio Farias.” 

Nos domingos à noite, a juventude se reunia na Praça Aarão Lins de Andrade, a “Praça do Sapo”, onde nos sentávamos para conversar e caminhar ao redor da praça. Isso era muito nosso e muito bonito de se ver, pois naquela época tínhamos orgulho da nossa cidade, da nossa juventude. Outro lado muito importante de salientar daquela época, era o orgulho que tínhamos de estudar e representar as nossas escolas. Fosse nos antigos Jogos Municipais Estudantis de Gravatá, os JOMEG (1984), assim como nos desfiles de 7 de setembro, quando o Desfile Cívico ainda não era essa Parada do Orgulho Gay fora de época, onde até briga generalizada já aconteceu. 

Os anos se passaram e essa geração de outrora cresceu. Gravatá mudou e a juventude de hoje tem outra concepção e outro comportamento. Infelizmente, a geração de hoje, em um bom número, não segue os passos virtuosos, digamos assim, da geração do passado. O surgimento das drogas em nossa cidade, a falta de oportunidades e a falta de lazer, tem levado muitos dos nossos jovens a galgarem caminhos tortuosos nas marés do equívoco. A nossa cidade não tem cinema, não tem teatro, não tem emprego e nem mesmo universidade para eles. E como sabemos, onde o poder público não se faz presente, a marginalidade toma conta. 

O que pode ser feito para trazer esses jovens de volta ao cenário social e cultural de Gravatá? Esperemos que os próximos mandatários que serão eleitos semana que vem, possam não só responder a esta pergunta, mas principalmente e fundamentalmente possam por em prática, políticas de inclusão, para que possamos salvar essa geração que um dia foi promissora. 

O movimento jovem nessas eleições sinaliza para um novo despertar, para uma nova realidade. Que os ventos vindouros do Planalto da Borborema que abanam Gravatá, possam trazer a boa nova, através de ares promissores e cumpridores de promessas, para que não mais vivamos uma Gravatá de metáforas e promessas não cumpridas. 

“Anda! Quero te dizer nenhum segredo. Falo desse chão da nossa casa. Vem que está na hora de arrumar...” Beto Guedes