O tempo passou, Gravatá cresceu... E se desfigurou... Em todos os sentidos. Infelizmente!
Lembro bem do tempo em que o clima de montanha não era a única referência que se tinha de Gravatá. As nossas praças também eram muito conhecidas pelos turistas, pois além de lindas, eram muito bem cuidadas. As nossas praças tinham desenhos arquitetônicos charmosos e atraiam a atenção de todos, pois eram realmente lindas.
Saudades temos das nossas praças de outrora, as quais serviam de ponto de encontro dos amigos e da juventude do meu tempo. Quem não se lembra das tardes de carnaval na Praça da Matriz? Era lindo ver as crianças brincando o carnaval naquelas tardes ensolaradas. E quando vinha a noite, o Frevo ecoava e os foliões se esparramavam desde a praça até a antiga Sorveteria Alvorada. Oficialmente chamada de Praça José Justino Carreiro de Miranda, Fundador de Gravatá, a Praça da Matriz serviu de cenário para grandes manifestações cívicas e culturais da nossa cidade.
Também lembro dos concertos protagonizados pela Banda Musical XV de Novembro na Praça 10, sempre no início da noite. A praça ERA linda, pois além de um desenho bem arrojado para a época, tinha um aquário com peixes ornamentais e um vaso gigante ao centro desse aquário, onde de forma imponente havia um “Pé de Gravatá.” Nem sei se ainda está por lá.
O tempo passou, Gravatá cresceu... E se desfigurou... Em todos os sentidos. Infelizmente!
E as praças? O que aconteceu com as nossas praças?
Hoje, tudo virou cinzas de um passado onde Gravatá tinha romantismo, candura e principalmente respeito aos nossos patrimônios públicos. As praças de Gravatá viraram ambientes escuros e desertos, onde os usuários de drogas encontraram o cenário ideal para se aglomerarem; afugentando as famílias das nossas praças. Isso tudo, tendo como agravante os desenhos desfigurados, que nada dizem ou traduzem, nos quais as praças se apresentam hoje.
Queremos as nossas praças de volta! Queremos a valorização da nossa cultura, dos nossos costumes, da nossa gente. Não sou contra o progresso, mas apelo para o bom senso e os nossos patrimônios têm que ser preservados. Roguemos, pois, que os mandatários que serão eleitos nas eleições vindouras, olhem com carinho e respeito para a nossa cidade e tragam de volta tudo que ficou no passado: as praças, a Escada da Felicidade, a Festa de Reis e por aí vai.
“Proclamo isso bem alto! Braços erguidos, fitando o Atlântico e saudando abstratamente o infinito.” Álvaro de Campos, 1917.
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