Durante uma das minhas viagens em visita a Gravatá, resolvi passear pela feira livre da cidade, buscando encontrar os repentistas e a literatura de cordel, os quais sempre faziam a alegria da nossa gente aos sábados, quando a feira de Gravatá era mais expressiva, uma vez que a feira das quartas, não era tão grandiosa.
Cheguei à feira e comecei a procurar por Literatura de Cordel pois, queria presentear a uma amiga de São Paulo, a qual é apaixonada por Pernambuco e a sua cultura riquíssima. Depois de muito procurar, acabei por encontrar uma única e pequena barraquinha onde se vendia, mesmo que timidamente, os livretos que buscava. Achei estranho, o fato de não ter encontrado mais barracas, vendendo a Literatura de Cordel e nem de ver os referidos Repentistas e outras atrações de antigamente.
Pouco depois, em uma barraca de caldo de cana, eu perguntei à atendente o motivo pelo qual da ausência dessas manifestações folclóricas na feira. A moça muito que educadamente me disse: “moço, essa cultura popular da qual você se refere, está morrendo, pois os jovens de hoje não se interessam pelas nossas raízes.”
Ao ouvir isso, fiquei com um aperto no coração. Jamais pensei que a nossa cultura popular, a qual é uma das nossas maiores identidades, estava morrendo por esse motivo. Então, me dei conta de que a tal feira grandiosa a qual eu me referí, acontecia na década de 80. Século passado!!!
No entanto, todos nós sabemos que, a cultura de um povo é para sempre. Ela nunca pode morrer pois, representa a nossa essência, a nossa alma enquanto povo. Partindo desse princípio, então, o que aconteceu com a nossa cultura popular? Por que as nossas manifestações folclóricas não são ensinadas na escola? Não ver isso em um contexto de uma sala de aula, é realmente de dar pena.
Essa modernidade que teima em amputar as nossas raízes, não pode continuar. Por que não é nada! “Não passa de um monte de tijolos com pretensões à casa. Quando muito, é estrume para o futuro.”
E não se trata apenas da feira livre. A Festa de Reis, como exemplo, está cada vez mais distante de suas raízes e tradições. Se eu for continuar, essa retórica vai longe. Apenas fica um apelo aos “mandarins do mundo:” resgatem a nossa Cultura Popular! Respeitem as nossas raízes; para que os de menor idade aprendam e passem adiante a riqueza que herdamos dos nossos primórdios.
A tradição e a modernidade podem até caminharem lado a lado. Para isso acontecer, é preciso RESPEITAR e CULTIVAR a tradição para que não percamos a nossa identidade. No caso de Gravatá, a modernidade está no Pátio de Eventos. Mas infelizmente, a tradição cultural da nossa cidade passa longe daquele lugar. Promovendo as tradições culturais de Gravatá, a cultura de verdade e de raiz, fará com que Gravatá de fato mereça o título de “cidade turística.” Estamos longe disso… infelizmente…
Pois é. Bons tempos o nosso!!
ResponderExcluirFomos privilegiados social e culturalmente.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirConcordo com você. Erão outros tempos, onde a cultura era pautada com o respeito que ela merece. Muito obrigado pelo seu comentário. Parabéns!!!
Excluir