Foto: Gabriel Melo/Arquivo DP.
Os últimos dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde chamam
atenção para o número de diagnósticos de HIV em pessoas da terceira
idade. De 2007 a 2017, os diagnósticos cresceram sete vezes. Em mulheres
com 60 anos ou mais, foi observado um aumento de 21,2% quando comparado
ao mesmo período. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, o
número de casos diagnosticados cresceu cerca de 657%. O Dia
Internacional do Idoso, comemorado neste 1º de outubro, se torna uma
oportunidade para discussão sobre a prevenção do HIV e para refletir
sobre os motivos pelos quais ainda se registram tantos diagnósticos em
uma era de tratamento, prevenção e informação.
"Com o aumento de parcerias sexuais na terceira idade, cada vez
mais este grupo torna-se vulnerável a contrair o HIV e outras infecções
sexualmente transmissíveis. Um dos principais motivos para isso é que
alguns assuntos ainda são tabus na nossa sociedade, como o uso de
preservativos por esta geração", conclui a infectologista e diretora
médica da Gilead Sciences, Rita Manzano Sarti, biofarmacêutica que tem o
HIV/AIDS como uma de suas principais áreas terapêuticas de pesquisa e
desenvolvimento.
Segundo especialistas, este
aumento excessivo de casos de HIV na 3ª Idade também está atrelado à
redescoberta do sexo por meio de medicações para impotência sexual e ao
fato de que a maioria desta geração não aderiu à cultura do uso do
preservativo, não se atentando ao risco de contrair o vírus. "Por isso a
informação e a quebra de tabu são importantes. É preciso falar
abertamente sobre sexualidade e orientar as pessoas, independentemente
da idade, sobre todas as formas de prevenção, não somente o uso do
preservativo", conclui Sarti.
Sobre isso, a
médica explica que surgiram ao longo do tempo outras ferramentas
eficientes e complementares para a prevenção do HIV/Aids. Chamada de
Prevenção Combinada, esse conjunto de estratégias faz uso simultâneo de
diferentes abordagens de prevenção e garante a proteção ideal para
determinados públicos como as populações-chave e prioritárias.
Entre
elas destaca-se a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), que consiste na
utilização de medicamento antirretroviral por indivíduos que não estão
infectados pelo HIV, mas que se encontram em situação de
vulnerabilidade.
A PrEP é indicada
principalmente para segmentos populacionais prioritários como:
trabalhadores (as) do sexo, pessoas trans, homens que fazem sexo com
homens e casais sorodiscordantes.
Outro alerta é
que a população idosa contaminada pelo HIV pode apresentar comorbidades
como insuficiência renal, perda de massa óssea, doenças do fígado,
alterações metabólicas, cardiovasculares e declínio cognitivo. Além
disso, a tuberculose é a principal causa de morte relacionada à Aids,
sendo responsável por cerca de 1/3 dos óbitos.
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