Reprodução/Vídeo. Fonte Diario de Pernambuco.
Amarrado, amordaçado com um fio de nylon e com a calça abaixada
quase na altura do joelho, o homem grita sentado no chão numa sessão de
tortura.
A vítima está em cárcere
privado no que parece ser as dependências de uma unidade do supermercado
Extra, no Morumbi, bairro nobre da zona sul de São Paulo.
Seus
torturadores são seguranças de uma empresa terceirizada responsável por
fazer apenas a proteção de clientes, funcionários e dos produtos à
venda nas gôndolas.
O caso de tortura é o
segundo a vir à tona em redes de supermercados de São Paulo neste mês. A
primeira vítima, um adolescente de 17 anos, também foi amarrado,
amordaçado, despido e chicoteado após tentar furtar barras de chocolate
do supermercado Ricoy, em Vila Joaniza, na periferia da zona sul da
capital.
David de Oliveira Fernandes e Valdir
Bispo estão presos preventivamente e vão responder na Justiça pelos
crimes de tortura, cárcere privado e divulgação de imagens de nudez.
No
novo caso de tortura registrado na loja do Extra, as imagens que
circulam pelas redes sociais mostram a vítima sendo obrigada a repetir
frases enquanto é espancada. "Galera, não rouba mais no Extra Morumbi" e
"Eu errei e me ferrei" são algumas delas.
"Dá a mão", ordena o agressor. Com as palmas das mãos estendidas na direção do agressor, o homem recebe choques. E treme de dor.
Em
outro momento do vídeo, a vítima aparece com uma corda amarrada no
pescoço e é agredida com o que parece ser um cabo de vassoura.
No
cômodo onde a sessão de tortura é filmada aparecem o agressor e mais
duas pessoas. Não se sabe como as agressões terminam e nem a
identificação da vítima.
A reportagem apurou
que o homem foi torturado após ser pego tentando furtar um pedaço de
carne da unidade. O caso teria ocorrido em março de 2018, mas as imagens
só foram divulgadas agora.
A Polícia Civil vau instaurar um inquérito para investigar o caso.
Outro lado
O
grupo Pão de Açúcar, do qual o Extra faz parte, foi procurado pela
reportagem, mas ainda não se manifestou até a conclusão deste texto.
A
empresa de segurança Comando G8, que fazia os trabalhos de guarda
patrimonial no Extra Morumbi, teve o seu contrato rescindido com a rede
supermercadista após a divulgação do crime.
Por meio de nota, a empresa informou que identificou e afastou das funções o funcionário suspeito de torturar a vítima.
A empresa também disse que está à disposição das autoridades para que o caso seja solucionado o mais breve possível.
"O
grupo não compactua com este tipo de atitude e não aceitará esse
comportamento de nenhum de dos seus 7.200 colaboradores, que passam
constantemente por treinamentos, avaliações técnicas e psicológicas a
cada 12 meses", afirmou o Comando G8 por meio de nota.
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