Dos 22 casos de sarampo em Pernambuco, 18 estão no Agreste. Foto: Bruna Costa/Esp. DP.
O número de casos de sarampo confirmados no estado de Pernambuco
cresceu. Até a sexta-feira passada (20), foram registradas 22
ocorrências, ante 15 da contabilização feita no dia 18. No entanto,
esses sete novos casos não são contaminações recentes. De acordo com a
Secretaria Estadual de Saúde (SES), são resultados liberados com atraso
pela Fiocruz, laboratório responsável por atestar a doença.
A
cobertura vacinal contra o sarampo também aumentou, quando se compara o
primeiro semestre de 2019 com o período de 1º de agosto a 24 de
setembro. No primeiro espaço de tempo, foram aplicadas 190.228 doses. Já
nos últimos 55 dias, houve a aplicação de 230.877 - um crescimento de
21%. O dado se refere à população geral, indo de bebês com seis meses de
vida a adultos com 49 anos.
Os primeiros
registros da doença em Pernambuco foram em um grupo de adolescentes que
viajaram para Porto Seguro, na Bahia, no fim de junho. Mas a maioria dos
casos, segundo a superintendente de imunização da SES, Ana Catarina de
Melo, não estão correlacionados à essa excursão.
“O
momento que estamos, com casos de sarampo acontecendo em vários
estados, favorece a transmissão. Temos aqui locais de grande circulação
de pessoas, como o Polo de Confecções do Agreste. E a própria
Organização Mundial da Saúde põe essa questão do movimento como fator de
risco de transmissão”, justifica.
Melhor proteção contra a doença é a vacina tríplice viral. Foto: Leandro de Santana/Esp. DP
De fato, dos 22 casos confirmados, 19 deles são em municípios do
Agreste. Taquaritinga do Norte reúne a maior parte, com 8 ocorrências -
uma delas resultou na morte de um bebê de sete meses. Caruaru aparece em
segundo lugar, com 6 registros. Por fim, as cidades de Frei Miguelinho,
Santa Cruz do Capibaribe, Vertentes, Bezerros e Toritama tiveram cada
uma um caso.
Por mês, Pernambuco recebe do
Ministério da Saúde 110 mil doses. Mas foi aumentar os pedidos, por
causa da demanda. “As ações de vacinação, principalmente as feitas no
Agreste, região com mais casos, deram muito certo. Por lá, aumentamos
40% da quantidade de doses, enquanto no resto do estado o reforço foi de
20%. Com isso, conseguimos fazer uma barreira sanitária e evitar novas
contaminações”, afirma Ana Catarina.
Dados
concretos da cobertura vacinal em cada município, no entanto, ainda
estão indisponíveis. “Só vamos conseguir saber de fato no final de
outubro, quando cada cidade terminar de abastecer nossos sistemas de
informação”, pondera.
A gestora do programa
estadual de imunização antecipa duas campanhas de vacinação. A primeira,
nacional, a partir do dia 7 de outubro, dedicada às crianças com mais
de seis meses de vida e menos que 5 anos. A segunda será em novembro,
para o público entre 20 e 29 anos.
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