Arquivo/Agência Brasil
Autoridades americanas prenderam em Miami, na última sexta (2), o
empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto do general
João Baptista Figueiredo, último presidente brasileiro na ditadura
militar (1979-1985).
Alvo de um mandado de
prisão preventiva expedido na Operação Circus Maximus, da Polícia
Federal, ele é suspeito de integrar um suposto esquema de pagamento de
propinas a dirigentes do BRB, banco controlado pelo governo do Distrito
Federal, em troca de recursos para a construção do extinto Trump Hotel,
no Rio de Janeiro -hoje batizado de LSH Lifestyle.
O
empresário era considerado foragido desde que a operação foi deflagrada,
em janeiro. A prisão se deu porque ele foi incluído na lista de
procurados da Interpol. A reportagem confirmou a prisão com
investigadores.
Paulo Renato se associou em 2013 ao
presidente americano, Donald Trump, para explorar o hotel de luxo, na
Barra da Tijuca. A Trump Organization -propriedade do mandatário- cedeu
sua marca para o empreendimento até 2016, mas se retirou do negócio
depois que ele passou a ser investigado.
Segundo
documentos da operação, ao menos R$ 16,5 milhões em subornos foram pagos
a dirigentes do BRB para que eles liberassem recursos de fundos de
pensão de estatais e de órgãos públicos, administrados pelo banco, e da
própria instituição financeira para os projetos que davam prejuízo e não
passavam por análise técnica adequada, entre eles o do hotel.
Os relatórios da operação sustentam que as propinas eram pagas por meio de entregas em dinheiro vivo.
De
acordo com esses documentos, uma fornecedora da obra do hotel simulava a
prestação de serviços e emitia notas fiscais frias com o objetivo de
acobertar a saída de recursos para os pagamentos ilícitos.
A PF afirma que os sócios do empreendimento, entre eles Paulo Renato, sabiam do esquema e enriqueceram indevidamente com ele.
"Os
aportes dos investidores se converteram em benefício indevido aos
agentes Ricardo Rodrigues, Arthur Soares Filho [conhecido como Rei
Arthur] e Paulo Figueiredo Filho", diz um dos relatórios.
Segundo
a investigação, os sócios tinham conhecimento geral sobre o esquema
ilícito. "Paulo Renato Figueiredo Filho exerceu a administração do hotel
LSH Barra por boa parte do período em que foram pagas notas fiscais
falsas necessárias para a geração de dinheiro vivo que seria empregado
no pagamento de propinas."
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