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CONFIRA O DISCURSO DO PRESIDENTE DA FUNDAJ NA ALEPE.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizou, ontem, uma sessão solene em comemoração aos 170 anos do nascimento do abolicionista Joaquim Nabuco. Na ocasião, o presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Antônio Campos, discursou sobre a vida do abolicionista e em agradecimento ao presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros, pela proposição da homenagem. 
Confira o discurso do presidente da Fundaj na íntegra:
Excelentíssimo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Eriberto Medeiros, a quem agradeço a iniciativa dessa homenagem feita à Fundação Joaquim Nabuco, nos seus 70 anos.
Autoridades, funcionários, colaboradores da Fundação Joaquim Nabuco, e amigos aqui presentes, boa noite!
Educação é a nova abolição.
“A pátria, como a mãe, quando não existe para os filhos mais infelizes, não existe para os mais dignos”. Antes mesmo de entrar para o parlamento, aqui mesmo nesta Casa, Joaquim Nabuco, já defendia o social. Hoje, aniversário de 170 anos do abolicionista e nos 70 anos da Fundação Joaquim Nabuco, instituição do qual é patrono, seu pensamento está atual, vivo. E sendo defendido por ambas as instituições.
Essa solenidade presenteada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, portanto, não é apenas um ato festivo, mas a perpetuação desse legado. E qual recinto mais significativo para abrigar e dar continuidade a esses ideais que a Fundaj, um espaço de pesquisa, cultura e educação? É lá que estão os mais de 15 mil itens do acervo do abolicionista, doados por sua família.
Ressalto que mais de 5,6 mil desses ainda são inéditos. Chegaram neste ano à Fundaj. Entre eles, um diário pessoal de Nabuco, datado de 1888, ano da abolição da escravatura no País. No dia 13 de maio de 1888, quando a Lei Áurea foi assinada, o abolicionista descreveu em seu diário a comoção nacional. Nas ruas, no Senado e no Paço Imperial, onde chegou a falar com o público de uma das janelas. E resumiu, deixando por escrito, sua emoção: “Viva a pátria livre!”.
Esse documento, de grande relevância para a história do país, os senhores e as senhoras terão a oportunidade de ver na Exposição Nabuco em Casa, que será inaugurada após o término desta Sessão Solene, no hall da biblioteca da Assembleia Legislativa. Alguns documentos pela primeira vez mostrados ao público, inclusive da sua vida parlamentar.
Comemorar os 70 anos da Fundaj e compartilhar a alegria da sua existência, é agradecer aos servidores do passado e do presente. É reconhecer o trabalho da Coordenação de Estudos da História Brasileira Rodrigo Melo Franco de Andrade, a Biblioteca Blanche Knopf, do Cinema da Fundação, do Museu do Homem do Nordeste. De cada setor que trabalha para preservar a história e para fazer que a história seja contada às novas gerações, para fazer história.
Não se compreende o Nordeste sem se conhecer a Fundação Joaquim Nabuco. Paralelo a esse trabalho de manter e propagar, temos a missão de levar a Fundaj para a era da tecnologia, torná-la digital, atrativa ao público jovem. Fazer com que seu acervo seja visto em qualquer lugar do mundo, como se faz necessário nessa era da informação. Estamos ampliando o nosso ambiente digital que é a Villa Digital e já somos a maior referência em pesquisa escolar no Nordeste, com mais de 14 milhões de acesso em nosso site.
Muito já foi feito e há mais ainda por fazer, em sintonia com o ministro Abraham Weintraub. Com o Ministério da Educação vamos criar e desenvolver ações para fortalecer a educação básica, sendo um braço do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, participando dos discursos do novo Fundeb e da TV Escola no Nordeste. Fazendo com que os gestores públicos sejam capacitados, a fim de que os recursos sejam devidamente aplicados.
Ao investir na educação básica, seguimos o caminho de países que tiveram ascensão cultural e econômica ao tomarem tal direção.
Nessa perspectiva do que pode construir com o FNDE e com a TV Escola, a Fundação Joaquim Nabuco planta a educação como elemento de transformação social, como a abolição deste século.
Vivemos no país que possui a maior desigualdade social do mundo, com 1% mais rico concentrando a maior parcela do total da renda gerada. Em nosso país, essa fatia é de quase 30% da renda total. Essa desigualdade está na raiz do nosso subdesenvolvimento e a arma mais poderosa de combater essa desigualdade é uma educação básica de qualidade.
Estamos acompanhando e contribuindo tecnicamente para o novo Fundeb, em análise no Congresso Nacional, defendendo que o mesmo seja híbrido, possuindo percentual que beneficie cidades com baixo IDH, entre outros aspectos, objetivando diminuir as desigualdades sociais e regionais.
Além de memória, pesquisa, educação, cultura, almejamos ser também uma agência de fomento, em startups culturais, educacionais e de tecnologia.
Em breve, entre outras iniciativas, estaremos entregando um complexo cultural reestruturado no Campus de Casa Forte. Cinema, cinemateca, pinacoteca, museu, galerias de exposições, exposições de longa duração sobre Gilberto Freyre e Joaquim Nabuco, entre outras iniciativas.
Esse futuro olha para nós, exigente. E me faz lembrar de mais uma frase obtida dos diários pessoais de Joaquim Nabuco: “Precisamos muito mais de que de reformas políticas, de reformas sociais, sobretudo de duas grandes reformas: a abolição completa, civil e territorial, que é o meio de integração de nossa Pátria, e o derramamento universal da instrução”.
Com a consciência dos problemas e dos desafios do Nordeste e do Brasil, e das nossas responsabilidades em buscar as soluções, estamos construindo o futuro, com muito trabalho no presente, o da Fundação Joaquim Nabuco, em harmonia com as iniciativas de um novo Nordeste, um novo Brasil.
Muito obrigado!
Antônio Campos

19 de agosto de 2019.

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