O
ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo na manhã desta
quinta-feira (21) pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Os
agentes também prenderam o ex-ministro Moreira Franco no Rio. A PF
cumpre mandados contra mais seis pessoas, entre elas empresários e o
coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer.
Preso, Temer foi levado para o Aeroporto de Guarulhos, onde vai
embarcar em um voo e será levado ao Rio de Janeiro em um avião da
Polícia Federal. O ex-presidente deve fazer exame de corpo de delito do
IML em um local reservado e não deve ser levado à sede da PF de São
Paulo, na Lapa.
Michel Temer chega ao aeroporto de Guarulhos, SP
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. A
prisão de Temer é preventiva.
Temer falou por telefone ao jornalista Kennedy Alencar, da CBN, no momento em que havia sido preso. O ex-presidente afirmou que a prisão "é uma barbaridade".
O MDB,
partido do ex-presidente, divulgou uma nota. "O MDB lamenta a postura
açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi
demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da
República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera
que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de
inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa", diz o
texto.
Temer é um dos alvos da Lava Jato do Rio. A prisão teve como base a
delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à
Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel
João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco
e com o conhecimento do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um
contrato em um projeto da usina de Angra 3.
Além deste inquérito, o ex-presidente Michel Temer responde a nove
inquéritos. Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF),
pois foram abertos à época em que o emedebista era presidente da
República e foram encaminhados à primeira instância depois que ele
deixou o cargo. Os outros cinco foram autorizados pelo ministro Luís
Roberto Barroso em 2019, quando Temer já não tinha mais foro
privilegiado. Os inquéritos foram enviados à primeira instância.
Michel Temer
(MDB) foi o 37º presidente da República do Brasil. Ele assumiu o cargo
em 31 de agosto de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff, e ficou
até o final do mandato, encerrado em dezembro do ano passado.
Eleito vice-presidente na chapa de Dilma duas vezes consecutivas, Temer
chegou a ser o coordenador político da presidente, mas os dois se
distanciaram logo no começo do segundo mandato.
Formado em direito, Temer começou a carreira pública nos anos 1960,
quando assumiu cargos no governo estadual de São Paulo. Ao final da
ditadura, na década de 1980, foi deputado constituinte e, alguns anos
depois, foi eleito deputado federal quatro vezes seguidas. Chegou a ser
presidente do PMDB por 15 anos.
FONTE: G1
Comentários
Postar um comentário