Primo de Richa, Luiz Abi Antoun, também foi alvo, mas não foi detido porque está no exterior. Ao todo, foram expedidos 73 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e 16 de prisão temporária para a 55ª etapa da Lava Jato.
A Polícia Federal (PF) prendeu Pepe Richa, irmão do ex-governador do
Paraná Beto Richa (PSDB), e mais 14 pessoas na 55ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta quarta-feira (26) em cidades do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
A ação foi batizada de Operação Integração II e investiga
irregularidades nas rodovias pegadiadas do Paraná. O diretor da
Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) João
Chiminazzo Neto é alvo de uma ordem preventiva de prisão.
O empresário Luiz Abi Antoun, um dos alvos de prisão temporária,
conforme o delegado Joel Cicotti, de Londrina, no norte do Paraná está
no exterior. Abi é primo do ex-governador Beto Richa (PSDB).
O advogado dele Anderson Mariano disse que o cliente está em viagem ao Líbano, com autorização da Justiça Estadual.
De acordo com o advogado, a passagem de retorno ao Brasil está marcada
para outubro, para as audiências da Operação Publicano, que investiga um
esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná.
Ele afirmou ainda que vê com surpresa a operação desta quarta-feira e
que Abi não tem relação com os demais investigados, com exceção de Pepe
Richa.
Outros três investigados não foram localizados pela operação.
55ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada na manhã desta
quarta-feira (26); Agência Reguladora do Paraná (Agepar), em Curitiba,
foi alvo de busca e apreensão.
A investigação mira os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro,
sonegação fiscal, estelionato e peculato em um esquema relacionado à
administração das rodovias federais no Paraná que fazem parte do chamado
Anel da Integração.
Um dos esquemas, intermediado pela ABCR, movimentou R$ 240 mil mensais
em 2010 em propina, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
Do total de mandados, 73 são de busca e apreensão, três são de prisão
preventiva e 16 são de prisão temporária. Os crimes investigados na
atual fase são corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a licitações,
lavagem de dinheiro e associação criminosa, dentre outros.
Luiz Abi tinha sido preso no dia 11 de setembro na Operação Rádio Patrulha, que investiga suposta organização criminosa durante o governo de Beto Richa, que também foi preso na ação.
Entre os alvos das outras ordens judiciais, segundo o Ministério
Público Federal (MPF), estão concessionárias que administram o Anel de
Integração do Paraná: Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e
Caminhos do Paraná, além de intermediadores e agentes públicos
corrompidos beneficiários de propina.
De acordo com a investigação do Ministério Público Federal (MPF), foram
identificados dois esquemas paralelos de pagamentos de propinas
relatados por réus que são colaboradores. O primeiro, iniciado em 1999,
era intermediado pela ABCR.
Segundo o MPF, quando se iniciou o esquema, o valor total da
arrecadação mensal de propina era de aproximadamente R$ 120 mil, sendo
que esse valor era dividido entre as seis concessionárias do Anel de
Integração proporcionalmente ao faturamento de cada uma delas.
“O montante da propina foi atualizado conforme os reajustes tarifários,
chegando a aproximadamente R$ 240 mil mensais em 2010”, disse o MPF.
Os beneficiários finais da propina eram agentes públicos do
Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) e, posteriormente,
após 2011, da Agência Reguladora do Paraná (Agepar), ainda conforme o
MPF.
As entregas eram realizadas com dinheiro em espécie na sede da ABCR, em
Curitiba, por emissários das concessionárias, segundo as investigações.
Os procuradores afirmam ainda que, para obtenção de dinheiro em
espécie, as concessionárias simulavam ou superfaturavam a prestação de
serviços com empresas envolvidas no esquema.
Entre os operadores financeiros que simulavam a prestação de serviços estavam Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, afirma o MPF.
"Somente para o Grupo Triunfo, controlador da Econorte, Adir Assad
faturou R$ 85 milhões em notas frias. Já para o Grupo CCR, controlador
da Rodonorte, foram produzidas notas frias que somaram R$ 45 milhões",
afirmam os procuradores.
Fonte G1
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