Promotora Simone Sibilio, do MPRJ. (Foto: Reprodução).
A promotora Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio
de Janeiro, afirmou em entrevista a jornalistas na tarde desta
quarta-feira (30) que o porteiro que cita Jair Bolsonaro em seu
depoimento mentiu.
Reportagem
do Jornal Nacional desta terça-feira (29) teve como base depoimento de
um porteiro do condomínio onde o presidente tem casa no Rio. Segundo
essa reportagem, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco, o
ex-policial militar Élcio Queiroz, suspeito de envolvimento na morte,
disse na portaria do condomínio que iria à casa de Bolsonaro, na época
deputado federal.
Segundo o depoimento do
porteiro à Polícia Civil do Rio, o suspeito pediu para ir na casa de
Bolsonaro e um homem com a mesma voz do presidente teria atendido o
interfone e autorizado a entrada. O acusado, no entanto, teria ido em
outra casa dentro do condomínio.
A promotora
afirmou que a investigação teve acesso à planilha da portaria do
condomínio e às gravações do interfone e que restou comprovado que o
porteiro interfonou para a casa 65 e que a entrada de Élcio foi
autorizada por Ronnie Lessa, com quem se encontrou.
O
Ministério Público disse que o porteiro pode ter anotado que Élcio foi
para a casa de Bolsonaro por vários motivos e que eles serão apurados.
"Todas as pessoas que prestam falso testemunho podem ser processadas",
disse Sibilio.
Questionada em seguida, a
promotora disse que o porteiro pode ter se equivocado. Reiterou que o
depoimento dele não bate com a prova técnica, que comprovou que é a voz
de Ronnie Lessa que autoriza a entrada de Élcio Queiroz às 17h07.
Nesta
quarta-feira, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente,
publicou vídeo, segundo ele gravado na administração do condomínio, no
qual apresenta dados conflitantes com os apresentados na reportagem da
Globo.
Por volta das 17h de 14 de março de
2018, data do assassinato de Marielle, foi feita uma solicitação de
entrada, por uma pessoa de nome Élcio, mas para a casa de Ronnie Lessa, e
não para a de Bolsonaro. No vídeo, Carlos reproduz a ligação registrada
às 17h13. O porteiro anuncia a chegada do "senhor Élcio". A voz do
outro lado, diferente da de Jair Bolsonaro, responde: "Tá, pode liberar
aí"
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