Consumidores devem ficar atentos esta
semana. Nesta quinta-feira (31), o Ministério da Saúde vai anunciar o reajuste
anual dos medicamentos, baseado em uma nova metodologia. O órgão não dá
detalhes sobre os percentuais, mas o mercado estima que o aumento será de até
12,5% – pela primeira vez, acima da inflação do período.
Desde o ano passado, uma resolução da
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), do governo federal,
alterou as variáveis do cálculo do aumento. Este ano, a nova resolução esperada
para esta semana deverá incluir o agendamento do reajuste: sempre ocorrerá no
dia 31 de março de cada ano. Houve ainda alteração dos detalhes dos fatores que
compõem a fórmula.
Os 12,5% como teto do reajuste também
estão nas contas da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa
(Interfarma), que congrega 56 laboratórios, que respondem por 82% do mercado
dos medicamentos de referência e por 33% dos genéricos. De acordo com a
Interfarma, influenciaram no cálculo a inflação (IPCA) acumulada entre março de
2015 e fevereiro de 2016, de 10,36%, e detalhes dos fatores.
“O primeiro fator considera a
produtividade da indústria, que fora positiva nos últimos anos. Já o segundo se
baseia na concorrência das classes terapêuticas para estabelecer faixas
distintas de reajustes. Por último, o terceiro fator pondera forças econômicas
como câmbio e energia elétrica na equação. Desta vez, a produtividade da
indústria foi negativa, ou seja, a mão de obra contratada produziu menos que no
ano anterior”, informou a entidade em nota à imprensa.
Mesmo com a alta chegando em um
momento crítico da economia do País e das finanças pessoais dos
consumidores, muitos deles desempregados, o presidente-executivo
da Interfarma, Antônio Britto, argumenta que o acumulado dos reajustes dos
medicamentos dos últimos 10 anos continua abaixo do IPCA. Segundo ele, nesse
período a inflação somou 79,3%, enquanto os reajustes da CMED foram de 61,2%.
A entidade pontua, ainda, que “os
descontos praticados pelo mercado devem influenciar o preço final”. “Como esse
mercado é muito competitivo, os preços ficam sempre abaixo do índice de
reajuste”, explica Britto.
Fonte: JC Online
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