Com 116 registros de violações à
liberdade de imprensa em 2015, o Brasil figura entre os países mais perigosos
do mundo para se exercer a atividade jornalística. O levantamento é da
Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), que aponta que
no último ano foram confirmadas oito mortes de jornalistas relacionadas com
suas atividades profissionais. Além disso, foram registradas 64
agressões. Para chegar ao número de 116 violações registradas no ano
passado, a Abert considera ameaças, intimidações, vandalismos e ataques contra
jornalistas.
Os
números mostram crescimento no número de mortes. Em 2013, foram mortos cinco
jornalistas. Em 2014, foram sete. Em uma comparação internacional, ser
jornalista no Brasil, aponta a associação, só não é mais arriscado do que na
Síria, no Iraque, no México e na França que foi alvo de dois ataques
terroristas no ano passado. No primeiro ataque, em janeiro do ano passado, oito
profissionais do humorístico Charlie Hebdo, foram mortos.
O
ano de 2015 foi cruel para a atividade jornalística, diz Daniel Slaviero,
presidente da Abert. "O profissional de imprensa se transformou em alvo.
Está havendo uma inversão de valores." A maioria das mortes aconteceu
no Nordeste, com seis casos. As outras duas foram registradas no Sudeste e no
Centro-Oeste.
Em
todos os casos, foram jornalistas homens que investigavam irregularidades de
políticos, segundo Slaviero. "É necessário que haja investigação e
punição exemplar nesses casos", diz.
Apesar do crescimento no número de mortes, o Brasil ganhou doze posições no ranking da ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras. O país passou da posição 111 para a 99, em uma lista de 180 nações. "É no mínimo embaraçoso estar comparado com países em estado de guerra", afirma Slaviero.
Apesar do crescimento no número de mortes, o Brasil ganhou doze posições no ranking da ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras. O país passou da posição 111 para a 99, em uma lista de 180 nações. "É no mínimo embaraçoso estar comparado com países em estado de guerra", afirma Slaviero.
Fonte: FolhaPe
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