Postado em 17/01/23
Quando criou o mundo, ele findou por nos dar o direito de sermos livres. Com o passar dos anos e o amadurecimento, ganhamos coragem para desbravarmos as fronteiras para além do horizonte onde a nossa vista alcança. E isso se dá por diversos motivos, incluindo a busca por uma melhor qualidade de vida.
Nós que somos interioranos, quando éramos crianças, sempre sonhávamos em ganhar o mundo pelas veredas da vida em busca dos nossos sonhos e principalmente em busca da tão sonhada felicidade. Ao crescermos, tudo toma forma de encaixe em nosso cérebro e aquilo que outrora era gigante e impossível ao nosso alcance, passa a fazer parte de um cotidiano mágico que costumamos conjugar na forma regular: VIAJAR.
Há sempre uma alegria e um afã no ar, toda vez que vamos viajar para algum lugar. No entanto, essa magia se torna ainda mais especial quando estamos voltando para a nossa terra, que é o lugar onde nascemos, onde estão as nossas raízes e a nossa alma.
Depois de alguns anos, cá estou eu cruzando os céus em direção à minha Gravatá. “Gravatá dos meus amores, Gravatá dos meus carinhos...”
Sei que Gravatá tem crescido muito e após 36 anos desde a minha primeira saída, o lugar tomou proporções e ares de cidade grande e em comparação àquela Gravatá bucólica e matuta de outrora, resta apenas a lembrança que continua viva na alma de todos nós e que um dia ao partir, eu vi sumir da vista através do reflexo de um retrovisor.
Por isso que toda vez que subo a Serra das Russas e após atravessar o túnel, eu sinto um enorme prazer e uma grande alegria ao ver a minha cidade despontar no horizonte, cercada de montanhas azuis. Como é bom poder voltar e reencontrar a família e os amigos de infância que deixei por aqui. Poder abraçar a todos eles, é como abraçar um passado que nunca saiu de dentro de mim, o qual se transformou na parede da memória, em doces lembranças que sempre serão revisitadas.
Estar em Gravatá, é como me reencontrar comigo mesmo para que eu possa revigorar a minha essência e jamais esquecer de que aqui é o meu lugar, aqui está “a minha gente que um dia eu deixei lá”. Quero sentir o cheiro do cuscuz e sentir a brisa serrana vinda do Planalto da Borborema, e se possível, acompanhada pela chuva que sempre baila por entre as montanhas azuis que cercam Gravatá.
Ainda estou cruzando os céus em direção a tudo isso. Não cheguei ainda. Mas já sinto no peito a saudade de quando chegar a hora de dizer até logo e partir novamente, pois o que é bom dura muito pouco.
Comentários
Postar um comentário