Postado em 18/09/22
Como em um “Tango para Teresa”, naquela época o Brasil viveu um passado musical lindo, onde os grandes festivais e os concursos do rádio davam o tom do que realmente era bom e tinha talento.
De repente, como em um súbito de saudades, me veio à memória aquelas canções de outrora que se tornaram eternas no Cancioneiro Brasileiro, mas que com o tempo foram sendo esquecidas pela grande mídia e passaram apenas a frequentar “a parede da memória”, trazendo lembrança áureas de um Brasil poético, seresteiro e romântico.
Como em um “Tango para Teresa”, naquela época o Brasil viveu um passado musical lindo, onde os grandes festivais e os concursos do rádio davam o tom do que realmente era bom e tinha talento. Não à toa, astros e estrelas como Dalva de Oliveira e Vicente Celestino se tornaram eternos por conta do talento e da voz. Ah! Os grandes concursos da Rainha do Rádio! Nenhuma cantora ou cantor fazia sucesso, se não passe pelo crivo do rádio e seus programas de auditório.
Foi a partir desses concursos, que surgiram os grandes embates entre os fãs de Marlene e Emilinha Borba, para saber quem era a melhor cantora do Brasil. Não podemos esquecer, jamais, da maravilhosa Ângela Maria, a sapoti, de Carmem Costa, Núbia Lafayette, Maysa e Elizeth Cardozo, a divina.
E todos esses astros e estrelas de outrora se tornaram referencias de grandes nomes, como Maria Bethânia e Elis Regina, que vieram uma geração após.
Faço uma alusão especial ao “poeta do cravo branco”, que viveu em Gravatá por muitos anos; o inesquecível Maurício Reis. Dono de um timbre inconfundível, Maurício Reis fez ecoar pelos rincões do Brasil, a sua voz de tenor alto e extensão vocal fenomenal, a partir de sua vitória no Concurso de Calouros do Programa Raul Gil, na extinta TV Tupi. O Poeta do Cravo Branco faz parte da minha coleção particular de obras musicais eternas, a qual ostento com orgulho.
Mas, o que aconteceu pelo caminho de lá para cá? Onde foi que o grande público perdeu o gosto por essa qualidade musical? Por que as novas gerações de fãs trocaram a qualidade musical pela apologia ao que é, hoje, quase cenas explícitas de alcova? Os verdadeiros talentos ficaram esquecidos no passado e isso é grave, pois os valores se inverteram.
Com o advento das novas tecnologias, qualquer pessoa pode entrar em um estúdio de gravação e modificar a voz para parecer de qualidade. Nem CD precisa mais, pois as plataformas de música se encarregam de proliferar esses “lixos musicais modernos.”
Somente a partir da educação, poderemos mudar tudo isso que aí está a apodrecer a vida e ensinar aos jovens sobre quem foram esses ícones da música e o legado deixado por todos eles. Mas como fazer isso, se não mais existem aulas de Educação Artística nas escolas? Tudo ficou confuso e confundido, pois transformam a liberdade de expressão em libertinagem e tudo passa a ser permitido e qualquer “lixo” é considerado forma de arte. Estamos no caminho errado.
“...Seresta moderna agora se faz, no canto de sala de um apartamento. Vitrola tocando bebidas rolando. Gritinhos nervosos a todo momento...” Nelson Gonçalves
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