Foto: Leandro Santana.
Um dos reflexos da pandemia provocada pelo novo coronavírus é o fechamento de lojas e estabelecimentos comerciais. As prefeituras do Recife e Jaboatão dos Guararapes recomendaram que as academias de ginástica fechem para evitar contágio e aglomeração de pessoas em ambientes fechados. As academias da Cidade já não funcionarão a partir desta quarta-feira (18). Desde a semana passada, no entanto, os profissionais já estão notando uma diminuição no movimento, tanto nas academias, como em locais públicos onde essas aulas costumam acontecer, como parques, praias e clubes.
O vendedor Orlando Camilo da Silva, de 61 anos, mantém um quiosque na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, há 25 anos, e tem notado menos movimento de frequentadores, principalmente de turistas, que era seu principal público. "Nós já estamos em uma situação complicada porque não temos segurança no dia a dia, os quiosques não têm água nas torneiras e assim fica difícil lavar as mãos para atender e manusear os produtos. Além disso, já estou tendo prejuízo nas vendas. Antes, a praia ficava cheia de gente caminhando, mas agora, com os hotéis estão vazios, as pessoas estão trancadas em casa. Nosso futuro é incerto", comenta.
Para conseguir lavar as mãos, o vendedor leva água da própria casa em galões para o quiosques. Orlando também comprou um frasco de álcool gel para fazer uso e colocar à disposição dos clientes. "Essa é uma alternativa para tentar se proteger diante do abandono que estamos vivendo. E fica pior se a gente fechar o quiosque porque vão roubar. Já arrombaram três vezes e levaram mais de R$ 3 mil do faturamento do fim de semana", conta.
Assim como no calçadão de Boa Viagem, o movimento no Parque da Janeira, na Zona Norte do Recife na manhã desta terça, estava reduzido se comparado a dias comuns. Os brinquedos estavam vazios. Aos poucos, a rotina do recifense muda conforme os casos avançam no estado. As ruas estão ficando desertas, o trânsito está menos intenso e locais com maior presença de imóveis empresariais, como a Ilha do Leite e o bairro do Recife, têm restaurantes de portas fechadas e menos circulação de pedestres.
Assim como no calçadão de Boa Viagem, o movimento no Parque da Janeira, na Zona Norte do Recife na manhã desta terça, estava reduzido se comparado a dias comuns. Os brinquedos estavam vazios. Aos poucos, a rotina do recifense muda conforme os casos avançam no estado. As ruas estão ficando desertas, o trânsito está menos intenso e locais com maior presença de imóveis empresariais, como a Ilha do Leite e o bairro do Recife, têm restaurantes de portas fechadas e menos circulação de pedestres.
Foto: Leandro Santana.
A funcionária pública Michela Araújo, de 46 anos, utilizou uma bandana como máscara enquanto praticava exercício físico, no Parque da Jaqueira. "Tenho medo de contrair, não só por mim, mas porque minha mãe é idosa e sei que ela está em um grupo de risco", conta. Há uma semana, ela está em trabalho remoto, em casa, e utiliza o parque para sair da rotina de auto-isolamento. "Já que tenho a oportunidade de estar em teletrabalho, procuro sair para me manter em movimento, já que não estou frequentando restaurantes, nem shoppings. É uma opção de lazer mais segura por ser ao ar livre", diz.
Hábitos naturais dos brasileiros, como se cumprimentar com abraço e beijos estão sendo evitados. "Devido à gravidade da situação, estamos mantendo cerca distância para conversar e procurando locais arejados", comenta o militar Filipe Mendes, 31, que, inclusive, não está mais frequentando a academia. "Para não ficar parado, vim caminhar no Parque. Pretendo não ir à academia nos próximos dias porque é um ambiente pequeno, tocamos em muitos equipamentos e mantemos contato próximo. Por mais cuidado que a gente tome com a higiene, como lavar as mãos e passar álcool, existe o risco sempre", afirma.
Diante da recomendação de não frequentar as academias, o Conselho Regional de Educação Física de Pernambuco (CREF) publicou uma série de recomendações para os profissionais da área e afastou os grupos de risco das atividades da instituição. "O CREF vai funcionar normalmente e estamos orientando as academias e demais pessoas que infromem seus alunos e clientes sobre os cuidados com a higiene, ao uso do álcool e limpeza de equipamentos. Ratificamos a importância do exercício físico orientado porque aumenta a imunidade", informou o presidente do Conselho, Lúcio Beltrão.
Diante da recomendação de não frequentar as academias, o Conselho Regional de Educação Física de Pernambuco (CREF) publicou uma série de recomendações para os profissionais da área e afastou os grupos de risco das atividades da instituição. "O CREF vai funcionar normalmente e estamos orientando as academias e demais pessoas que infromem seus alunos e clientes sobre os cuidados com a higiene, ao uso do álcool e limpeza de equipamentos. Ratificamos a importância do exercício físico orientado porque aumenta a imunidade", informou o presidente do Conselho, Lúcio Beltrão.
Um dos principais impasses apontados pelo CREF é o prejuízo financeiro que os profissionais autônomos, como o personal trainer, por exemplo, pode acabar enfrentando com a diminuição de clientes e fechamento de academias. "As academias que estejam aptas a cumprir as orientações dos órgãos de saúde, podem continuar. Reforçamos que os alunos mantenham a rotina de pagamento. Estamos vivendo um momento atípico e precisamos do compromisso para que os cidadãos cumpram com suas obrigações", comentou Beltrão.
Leia abaixo as informações e recomendações do Conselho Regional de Educação Física da 12ª Região/Pernambuco (CREF12/PE):
1 - O CREF12/PE irá manter a normalidade do atendimento em sua sede, enquanto não houver recomendação oficial das instituições governamentais. Contudo, visando garantir a saúde de seus colaboradores, vai afastar das atividades os grupos de risco, bem como outras medidas internas de controle;
2 - O CREF12/PE destaca o papel fundamental da prática de atividades físicas na melhora da imunidade. Entretanto, baseado em evidências científicas, pedimos que atividades de alta intensidade sejam evitadas, pois estas baixam o sistema imunológico dos praticantes;
3 - Seguindo recomendações oficiais, orientamos que atividades onde haja contato direto entre os praticantes, aglomerado de pessoas e práticas em locais fechados sejam evitadas;
4 - Convidamos os Profissionais de Educação Física a assumir protagonismo na luta contra o COVID-19, atuando de modo educativo, evitando o pânico, combatendo as FAKE NEWS e mantendo o olhar de vigilância quanto a casos suspeitos nos locais de trabalho;
5 - Pedimos que Academias, Clubes e outros espaços de prática de atividade física estejam atentos às recomendações dos governos municipais, estaduais e federal, quanto ao seu funcionamento;
6 - Limpeza dos equipamentos e os colchonetes com álcool 70%, solução de cloro ativo ou água e sabão. Em relação ao tipo de álcool, de acordo com a orientação do Ministério da Saúde, o álcool 70%, é aquele desenvolvido para uso nas mãos. Os álcoois utilizados para limpeza geral não têm a mesma ação ou eficácia, apenas ressecam a parte exterior do vírus;
7 - Se estiver com sintomas de gripe ou resfriado, evite frequentar academias e outros espaços coletivos para treinos.
Por fim, convidamos toda sociedade a participar da luta contra o COVID-19, buscando repassar informações que apresentem fontes confiáveis, e não propagando o caos por meio de informações falsas.
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