Foto: Reprodução.
A Polícia Civil de Pernambuco, por meio do Departamento de Polícia da
Criança e do Adolescente (DPCA), realizou uma ação de orientação sobre
os cuidados necessários para evitar e de como proceder em caso de
desaparecimento de crianças e adolescentes no período carnavalesco.
Foram distribuídos panfletos na Estação Central do Recife, no bairro de
São José, nesta segunda-feira.
"Aproveitamos que o metrô é um lugar de grande circulação para
orientarmos bem os cidadãos em busca de um Carnaval mais tranquilo",
afirma Kelly Luna, delegada e gestora em exercício do departamento.
Ela afirmou que o ideal é que sejam evitados espaços de grandes
aglomerações, mas, caso a criança participe da folia, há um passo a
passo indicado para evitar transtornos.
"As prefeituras entregam pulseirinhas nos polos. Então, assim que
chegar, colocar o nome da criança e do responsável, assim como número de
telefone. Se tiver mais de uma opção de contato, melhor ainda",
explicou Kelly Luna, recomendando que os adultos responsáveis evitem
ingerir bebida alcoólica em excesso e redobrem a atenção.
"Se for uma criança mais velha, que tenha discernimento e orientação,
tentar passar o mínimo de informações para que ela decore, como endereço
de onde mora, um número de telefone e o número da polícia, o 190",
disse a delegada.
Foi assim que Juliana Alcântara, de 31 anos, conseguiu encontrar os tios depois de se perder em um bloco quando tinha 12 anos.
"Eu estava com eles em uma esquina três ruas distantes do hotel onde
estávamos hospedados. Foi questão de segundos. Eu olhei para o trio,
comecei a pular e, quando voltei a vista para onde meus tios estavam,
não achei mais", lembrou. "Comecei a chorar e as pessoas demoraram a
perceber que eu estava perdida. Até quem uma moça me abordou, me acalmou
e pediu que eu descrevesse meus tios e onde eu estava".
Juliana conta que não lembrava o nome do hotel, mas a partir das
características, conseguiu encontrar o local. Foliã apaixonada, ela
segue brincando Carnaval, inclusive com a afilhada, Maria Luisa, de 1
ano. "Mas evito ao máximo levá-la para um lugar com muitas pessoas e não
tiro o olho."
A delegada Kelly Luna orientou, ainda, que em caso de desaparecimento, a
criança seja instruída a procurar ajuda de pessoas ligadas a órgãos
públicos.
"Nesses locais sempre tem bombeiros, guardas municipais, policiais,
agentes públicos. Essa é a opção mais segura e eles sabem as atitudes
necessárias a serem tomadas. Também é preciso ensinar que a criança não
aceite comidas, doces ou bebidas de estranhos", detalhou.
Ao perceber a ausência da criança, o aconselhável é que os pais se
certifiquem de que ela não está com algum parente ou sob os cuidados de
pessoas próximas.
"Às vezes, ela só saiu para comprar água com o pai. Ou foi embora com
tio e não avisou. Então, é se certificar e, caso o desaparecimento seja
verificado, procurar o mais rápido possível uma delegacia, com o máximo
de informações, inclusive com a foto da criança", afirmou a gestora.
Ao todo, foram registrados 194 desaparecimentos em 2019, dos quais 18
foram de crianças e 176 de adolescentes, de acordo com a Polícia Civil.
Ainda de acordo com órgão, todas as crianças foram localizadas e sete
adolescentes seguem desaparecidos.
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