Vírus já fez 360 vítimas na China (Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP).
Para esclarecer dúvidas — e acalmar os ânimos sobre a contaminação no carnaval — o Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios realizou reunião sobre o Coronavírus. Com a participação de associados e do presidente do Sindhospe, George Trigueiro, além do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, a assembleia discutiu protocolos preventivos para a patologia, além de apresentar resultados das medidas que já estão sendo tomadas, como a preparação de uma vacina, que deve demorar pelo menos 20 meses para ficar pronta e disposição de 1.000 leitos em hospitais públicos.
“Esta reunião nasceu de um pedido do Ministério da Saúde para que as redes particulares participem de um plano de contingenciamento para uma eventual pandemia, uma disseminação das infecções no mundo todo. Já foi decretada emergencia internacional e, por isso, o estado de Pernambuco está se preparando através de campanhas de capacitação, reservas de leitos e isolamentos de pacientes”, explicou Trigueiro. “É importante que os hospitais particulares participem destes debates porque, como é um vírus oriundo da China, geralmente quem entrará em contato com o mesmo é alguém que pode fazer viagens internacionais, ou seja, que tem um valor aquisitivo maior, com grandes chances de possuir um plano de saúde”, completou.
Para André Longo, o Ministério da Saúde está fazendo, apesar de qualquer rixa política, “um trabalho impecável, em total alinhamento entre as gestões municipais, estadual e federal, afim de atender da melhor forma qualquer suspeita.” Ainda de acordo com a autoridade, é importante lembrar que Pernambuco sempre reage bem em momentos de crise. “A última emergência sanitária internacional surgiu a partir dos relatos pernambucanos, que foi o caso do Zika. Ou seja, temos expertise, mas vamos melhorá-la a cada dia.”
Embora a ideia de uma proliferação do Coronavírus pelo mundo seja assustadora, quase apocalíptica, o pedido feito durante toda a reunião foi o de paciência. Para Trigueiro, não há porque evitar o carnaval e produtos vindos da China, país em que o vírus já fez 360 vítimas e abriga mais de 17.000 casos confirmados. “Não há motivo para estar assustado. Aqui em Pernambuco não temos nenhum caso suspeito. São poucos no Brasil, nenhum destes comprovado, ontem eram 16 casos, hoje só temos 14”, tranquiliza Trigueiro. “Não há preocupação com o Carnaval. A única coisa que pedimos é que pessoas com tosse, dores musculares ou mal estar evitem aglomeração para o seu bem estar e o do próximo. Pode ser outro tipo de infecção respiratória, não necessariamente o coronavírus.”
Sobre os produtos asiáticos, Trigueiro também esclareceu que não há problemas. “O coronavírus, assim como os outros vírus, são termosensíveis. Durante a vinda até o Brasil, com todas as exposições a novas temperatura e ambientes, eles devem ser exterminados. O que se deve evitar são as contaminações por secreção, como espirros e tosses.”
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, “no cenário atual, devemos ter uma vacina para o coronavírus em até 20 meses. Pesquisas estão sendo realizadas e o estado está acompanhando dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde e da própria China”. Deixando claro que este é realmente um processo longo, um exemplo disso é o Zika Vírus que, mesmo tendo sido identificado cedo e tratado como prioridade em Pernambuco, ainda não possui uma vacina para prevenção.
Atendimento nos hospitais
Por hora, o Ministério da Saúde focará em hospitais da rede pública, como o Oswaldo Cruz e Correia Picanço. “É de se esperar que a rede privada esteja pronta para receber estes pacientes, sendo remunerados através da tabela da ANS, como de costume”, explicou André Longo. Estamos falando de uma virose. Uma virose que poderá evoluir para uma insuficiência respiratória em casos de maior gravidade. Neste momento podemos apenas garantir que o Ministério vai estimular hospitais públicos para a abertura de leitos estratégicos. Para os hospitais privados não temos nenhuma iniciativa de remuneração adicional”
É importante ficar alerta antes de procurar hospitais com suspeitas de coronavírus, uma vez que seus sintomas, dor de cabeça, febre e mal estar, se assemelham bastante com outras viroses. Para não super lotar estes locais, fique atento as recomendações do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs/PE).
Você deve procurar atendimento médico por suspeita de coronavírus quando:
Reprodução / Cievs-PE
Profissionais da saúde e representantes de unidades privadas de referência de Pernambuco, como Hospital Português, estavam presentes na reunião e garantiram que estão se organizando para atender todos os pacientes que possuem plano de saúde, o que significa um terço dos pernambucanos.
Como evitar o contágio
Até o momento, a melhor forma de não ser contaminado por coronavírus é evitar proximidade com pessoas contaminadas, principalmente com suas excreções, uma vez que a doença se espalha por troca de fluídos, como catarro ou saliva.
Informações preliminares, repassadas em assembleia por representantes da saúde no estado, indicam que pacientes com coronavírus podem contagiar outras pessoas por pelo menos 7 dias após adquirir a doença, apesar de já haver confirmação que a doença pode ser transmitida antes mesmo de surgir sintomas.
Outra ação importante para se manter imunizado é fazer a assepsia correta das mãos, o que ajuda também na prevenção de outras doenças como sarna e sarampo, por exemplo.
Perfil das vítimas de coronavírus
De acordo com os casos confirmados na China, até janeiro deste ano, pelo menos 73% das vítimas de coronavírus são do sexo masculino e tem, em média, 49 anos de idade. Ainda segundo o levantamento do país, 98% destes se queixam de febre, tosse (76%) e mialgia (44%).
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