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Preso no Recife, falso padre é suspeito de aplicar golpes no Rio de Janeiro.
Foto: Reprodução/Acervo pessoal.
Policial agiu disfarçado de carteiro
para não chamar atenção de Luiz França. Com o dinheiro dos fiéis, ele
comprou terrenos no Recife e em Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão,
diz delegado.
Um homem de 25 anos foi preso nesta quarta-feira (12), no Recife,
por suspeita de aplicar golpes fingindo ser padre e lucrar mais de R$
200 mil, segundo a Polícia Civil. Os crimes foram praticados entre
janeiro e novembro de 2019, no Rio de Janeiro. No momento da prisão, um policial agiu disfarçado de carteiro para não chamar a atenção do suspeito.
A operação foi coordenada pelo delegado Carlos Couto, da Delegacia de
Jardim São Paulo, e realizada em conjunto com a 48ª Delegacia de Seropédica,
no Rio de Janeiro. O homem preso foi identificado pela polícia como
Luiz França de Lima, mas ele se apresentava às vítimas como Luiz
Benjamín Alvarenga.
Em um dos casos, ele morou dois anos na casa de uma família e a roubou
cerca de R$ 100 mil, de acordo com o delegado. Em dezembro, ele foi preso pela polícia do Rio de Janeiro.
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Luiz criou material eclesiástico que indicava formação teológica, com cursos no exterior
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal.
Morador do
bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife, Luiz foi encontrado na
casa de uma tia, no bairro do Espinheiro, na mesma região da cidade. Com
ele, a polícia encontrou batinas e credenciais para um retiro, que
supostamente seria organizado pela Arquidiocese de Olinda e Recife
durante o carnaval.
"Luiz se apresentava como sacerdote da Igreja Católica, com formação nos Estados Unidos,
e como doutor em história da filosofia. Ele ministrava missas, dizia
ter conhecimento com o alto clero da igreja e, com isso, prometeu
intervir na anulação de um casamento no Vaticano. Foram roubados mais de R$ 100 mil de uma vítima para cobrir os custos da burocracias do processo", afirmou o delegado.
No Rio de Janeiro, quatro vítimas prestaram queixa contra o falso
padre. Em Pernambuco, ainda não há nenhuma denúncia. Luiz teve a prisão
preventiva decretada pela Justiça do Rio de Janeiro, pelos crimes de
estelionato, furto, falsidade ideológica e falsificação de documentos.
"Ele se
aproveitava dessa 'grife', de formação diferenciada, para aplicar os
golpes. Há indicativos de que ele pedia ajuda financeira para outros
sacerdotes, a pretexto de subsidiar uma suposta tese que ele estaria
escrevendo. Em um dos casos, ele também simulou que uma vítima estava
acometida de uma leucemia para aplicar o golpe", declarou.
Com o dinheiro dos fiéis, segundo a polícia, o homem comprou dois terrenos no Recife e dois em Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão de Pernambuco.
"Toda a vizinhança conhecia ele como 'padre Benjamín'. Ele voltou para o
Recife em dezembro de 2019 e disse que a mudança foi porque milicianos
queriam matá-lo, justamente por causa dos golpes", contou o delegado.
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