Foto: Reprodução.
Moradores de Itapissuma, no Grande Recife, eram usados para prestação de serviços públicos como contrapartida para receber benefícios sociais da prefeitura. A Polícia Civil de Pernambuco estima que, por semana, entre 200 e 400 beneficiários do programa de assistência "Frente de Serviço" eram obrigados a fazer varrição e capinação de ruas. Segundo a corporação, o esquema constituía uma prática de mais de 30 anos.
A investigação, realizada pela Operação Dragão do Mar, gerou o afastamento de 17 servidores públicos e políticos, entre eles o prefeito Zé de Irmã Teca, a vice-prefeita e quatro secretários municipais e três vereadores, incluindo o ex-presidente da Câmara, GG de Zé Antônio. Ao todo, foram desviados R$ 10 milhões do caixa da prefeitura.
De acordo com a delegada Viviane Santa Cruz, servidores e secretários municipais faziam o saque dos valores com os beneficiários e distribuíam a verba para cabos eleitorais nos distritos do município, onde os moradores que deveriam receber o pagamento tinham que prestar os serviços de limpeza urbana.
A polícia identificou 18 mulheres de baixa renda que teriam sido usadas pelo esquema. "Empenhavam-se valores em nome de pessoas de baixa renda. Normalmente, essas mulheres, que varriam as ruas, eram escolhidas para receber um cheque de valores vultosos, de até R$ 80 mil, e não tocavam no dinheiro", explica.
Folha de Pernambuco
Comentários
Postar um comentário