APÓS ESTALOS NO PRÉDIO DO HOSPITAL GETÚLIO VARGAS, CIRURGIAS SÃO ADIADAS E FUNCIONÁRIOS RELATAM MEDO DE DESABAMENTO.
Pacientes enfrentam dificuldades para marcar consultas e exames no Hospital Getúlio Vargas.
Parte do HGV está interditada desde
sexta-feira (29) por decisão da Defesa Civil do estado. Pacientes
denunciam falta de atendimento.
Os estalos e tremores que causaram a interdição de parte do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife,
preocupam funcionários e pacientes que dependem dos serviços oferecidos
pela unidade de saúde. Nesta segunda-feira (2), profissionais relataram
que o funcionamento do hospital não foi normalizado e não tem prazo
para que isso aconteça.
Na madrugada
da sexta-feira (29), o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil fizeram uma
vistoria e interditaram o bloco cirúrgico. No mesmo prédio funcionava a
sala de recuperação dos pacientes, que foram retirados às pressas.
Segundo um funcionário, que pediu para não ser identificado, a vistoria
foi apenas "visual". "Fizeram um laudo sem nenhum aparelho técnico.
Interditam uma área, depois outra, mas não sei o que estão esperando",
disse.
Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram
rachaduras no chão e nas paredes internas e externas da unidade de
saúde. Como o problema atingiu o bloco cirúrgico, várias cirurgias
tiveram que ser remarcadas.
Parte da estrutura externa do Hospital Getúlio Vargas tem rachaduras
Foto: Reprodução/WhatsApp.
A dona de
casa Maria Aparecida Brito saiu de Correntes, no Agreste do estado,
pouco após a meia-noite e chegou no Recife às 5h. Tudo para conseguir
marcar a cirurgia da filha de 13 anos, que tem deficiência física, mas
não conseguiu data.
"Sei que nem tão cedo vão me atender porque eles vão entrar em recesso
de fim de ano. As funcionárias me disseram que não estão marcando e
mandaram vir outro dia. Deixei minha filha com os outros para nada",
contou. Segundo Maria Aparecida, a filha precisa de uma cirurgia para
"colocar a coluna e a bacia no lugar".
As irmãs Janete e Iranete Sampaio vieram de Garanhuns para tentar marcar uma cirurgia no HGV, mas também deram viagem perdida.
"Viemos de Garanhuns para fazer exame de sangue e ultrassom. A
funcionária da recepção disse que não ia marcar porque o prédio está
caindo. Disse também que era para ligar no dia 26 desse mês para vir
tentar marcar", contou Janete.
De acordo com técnicos de enfermagem, desde a sexta-feira os pacientes
da emergência estão sendo transferidos para outros hospitais. Serviços
como exames e consultas não estão sendo realizados.
Os
funcionários afirmaram que não há previsão para a situação se
normalizar. "A única ordem é de continuar trabalhando. Estamos
totalmente amedrontados", denunciou um funcionário da unidade.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que a
emergência, enfermarias e a maior parte do bloco cirúrgico do HGV estão
atendendo os casos de urgência e que o bloco isolado está sendo
analisado.
"Além do isolamento preventivo e provisório, novas análises estão sendo
realizadas para averiguar a situação e dar os devidos encaminhamentos",
afirma o texto, sobre a estrutura da unidade.
A secretaria disse ainda que monitora, por meio de contrato com empresa
de engenharia especializada, a estrutura do prédio do HGV e que "todos
os laudos apresentados, até o momento, atestam a segurança da
estrutura".
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