A proposta da redação vazou antes da liberação dos cadernos.
(Foto: WhatsApp/Reprodução.)
O Ministério da Educação (MEC) trabalha com a possibilidade de que o
vazamento de uma imagem da redação do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) tenha ocorrido em Pernambuco.
Uma foto da prova com o tema
da redação foi publicada na internet e circulou nas redes sociais.
“Isso aparentemente aconteceu em Pernambuco e a gente já está chegando
ao nome da pessoa”, disse o ministro da Educação Abraham Weintraub em
vídeo publicado no Twitter. Segundo Weintraub, o caso está sendo
investigado pela Polícia Federal. O ministro adiantou que deve se tratar
de um fiscal a quem chamou de “mau elemento” e disse que ele “se
arrependerá de ter vindo ao mundo”.
Em nota, o
Inep confirmou que a imagem é real, mas afirmou que ela foi divulgada
após a realização dos procedimentos de segurança, quando os estudantes
já estavam todos nas salas de aplicação. Portanto, não haverá prejuízo
aos participantes, segundo o MEC. “Todos os procedimentos de segurança
já haviam sido realizados, a prova já havia sido distribuída para todo
mundo e alguém titou uma foto e colocou nas redes. Isso não compromete
em nada, segue normal”, disse o ministro.
Em nota à imprensa, a
Polícia Federal de Pernambuco informou que o caso é recente e precisa de
uma "análise mais aprofundada dos fatos". A PF afirmou, ainda, que o
posicionamento oficial sobre o caso deve partir de Brasília.
Pelas
regras do exame, é proibido o uso de aparelhos eletrônicos no local de
aplicação do Enem, como celulares. Eles devem ser desligados e colocados
dentro do envelope porta-objetos que cada candidato recebe. O uso
desses objetos leva à eliminação do candidato.
Cerca
de 3,9 milhões compareceram ao local de prova. A abstenção de 23%,
segundo o ministro, foi a menor da história. Há registro de 376 pessoas
eliminadas, por exemplo, por problemas de comportamento e por se recusar
a fazer a análise biométrica. “Foi muito tranquilo. Eu esperava até
mais probleminhas operacionais”, disse Weintraub.
Ministro garantiu que responsável por vazamento será punido. (Foto: Luis Fortes/MEC.)
DITADURA
Ao comentar a
ausência de questões no Enem sobre aditadura militar (1964-1985), o
ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o objetivo da prova
“não é dividir, nem polemizar, nem doutrinar”.
Levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo mostrou que a
primeira edição do Enem sob o governo Jair Bolsonaro (PSL) foi também a
primeira em ao menos dez anos que não trouxe nenhuma questão relativa à
ditadura nas provas de ciências humanas e linguagens. “A gente já pode
começar falando em regime militar, ditadura militar. Essa é uma
discussão que eu acho que a gente não vai caminhar para nenhum lugar”,
respondeu o ministro ao ser questionado sobre o assunto. Weintraub
afirma que, antes da realização da prova, não teve acesso a nenhuma
questão.
“E se não caiu [questões sobre a
ditadura militar], eu não participei das escolhas das questões”. Em
linha com o discurso do ministro, o presidente do Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Alexandre
Lopes, declarou que a prova buscou cobrir toda a base curricular do
Ensino Médio sem gerar polêmicas.
Os gabaritos
do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão divulgados no dia 13 de
novembro. A nota final, porém, demorará ainda. Isso por que o sistema de
correção da prova, que segue a chamada Teoria de Resposta ao Item
(TRI), não atribui um valor fixo para cada questão. Os resultados
individuais ainda não têm previsões de data.
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