Grupo de trabalho será montado para dar suporte à retomada da obra no
trecho até o Porto de Suape.
Foto: Porto de Suape/Divulgação.
As obras da Ferrovia Transnordestina têm previsão de serem retomadas no
final de outubro em Pernambuco. Este trecho ainda não tinha perspectiva
de ser reiniciado porque o trecho que compreendia o Ceará estava na
lista de prioridade. Porém, a confirmação de que as obras serão tocadas
de forma concomitante nos dois estados, além do Piauí, foi dada ontem
por Jorge Mello, presidente da Transnordestina Logística S.A. (TLSA),
empresa que toca a construção da ferrovia desde o seu início. A retomada
da obra será possível por conta do aporte de R$ 257 milhões da TLSA,
porém o valor é bem abaixo do necessário, na ordem de R$ 6,3 bilhões, e
ainda não há prazo para conclusão das obras.
Segundo
Leonardo Cerquinho, presidente de Suape, que esteve reunido ontem com o
presidente da TLSA e o diretor José Roberto Serra, as obras no Piauí e
no Ceará serão reiniciadas nos próximos dias, mas que em Pernambuco vão
demorar um pouco mais para seguir os trâmites. "As obras no estado não
vão recomeçar imediatamente como no Piauí e no Ceará porque as
construtoras lá já estão contratadas e aqui elas ainda serão
consultadas. Então a previsão é que elas sejam retomadas no final de
outubro e que sigam de forma concomitante nos três estados", explica.
Cerquinho ainda afirmou que será montado um grupo de trabalho para
acompanhar o cronograma e apoiar a concessionária nos projetos que ainda
faltam. "Vamos ajudar a destravar os processos e esse grupo de trabalho
vai acompanhar cada etapa", acrescentou.
A confirmação de que
as obras no trecho que corresponde a Pernambuco será tocada juntamente
com os demais trechos foi comemorada pelo presidente de Suape,
principalmente porque Pernambuco, inicialmente, não estava na prioridade
da retomada das obras. "No ano passado, havia sido dito que a primeira
etapa seria feita com a ligação para o porto de Pecém, não tinha mais a
perspectiva de vir até Suape. Mas a concessionária tem a obrigação de
fazer o trecho inteiro, trabalhamos política e tecnicamente para isso.
Por isso essa confirmação agora é positiva", comemorou. "Até porque nada
justificava deixar Suape para depois. A obra, para ir até o Pecém,
custa R$ 870 milhões a mais e a mina de ferro que viabiliza a concessão
está 80 Km mais perto de Suape. Nós não fazemos que vá para o Pecém, mas
precisa chegar em Suape ao mesmo tempo. Baseado nisso, nos posicionamos
de forma favorável e vamos ajudar a dar suporte", acrescentou.
O
reinício das obras acontece depois que o ministro da Infraestrutura,
Tarcísio Gomes, declarou, em julho, que tinha chegado a um acordo com a
TLSA para a empresa fazer um aporte de mais de R$ 250 milhões para a
retomada. "Porém esse esse valor é pequeno diante do necessário, mas
depois vão analisar como viabilizar o restante da obra com parceiros
privados. Esse aporte foi uma exigência para mostrar que a
concessionária tem boa fé na intenção de concluir as obras", ressaltou.
As
obras da Ferrovia Transnordestina tiveram início em 2006 e foram
paralisadas 10 anos depois e ela vai ligar a cidade de Eliseu Martins,
no Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. A
previsão inicial de conclusão era para 2010 com R$ 6,3 bilhões em
recursos, porém elas foram paralisadas por conta de entraves financeiros
da TLSA, como administrar a verba e também em garantir novos recursos
depois de revisar o orçamento.
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