Manchas de Óleo registradas em uma praia de Sergipe em 2016 - Foto: Banco de Imagens/Ibama.
Um mês após o aparecimento de manchas de óleo em 39 praias de sete
estados do Nordeste, que prejudicou pescadores e afastou turistas, o
material derivado do petróleo atingiu Sergipe na manhã desta
quarta-feira (25).
A praia de Ponta dos Mangues, localizada no município de Pacatuba, amanheceu coberta por piche.
A
engenheira de pesca Brenda Dantas, que já atuou em projeto de
monitoramento pesqueiro na região, alerta que a área atingida
localiza-se nas proximidades da reserva biológica de Santa Isabel, na
cidade litorânea de Pirambu.
A unidade de conservação destaca-se
por ser um dos principais pontos do projeto Tamar, executado pelo ICMBio
(Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) que atua na
preservação de espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção.
"Essa região atingida situa-se onde termina a reserva biológica, que começa em Pirambu e vai até Pacatuba", diz Brenda.
No
Nordeste, apenas o estado da Bahia não foi afetado. As primeiras
manchas apareceram no dia 2 de setembro. Inicialmente, os estados
atingidos foram Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte e Ceará.
O ICMBio e a Marinha estão investigando o caso.
Em
Pernambuco, o CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) estuda o
problema desde o início de setembro, mas ainda não chegou a uma
conclusão definitiva sobre o que ocorreu.
O diretor de controle
de fontes poluidoras do órgão, Eduardo Elvino, explicou que o mais
provável é que algum navio tenha liberado o material de maneira ilegal
em alto mar há mais de um mês.
Ele ressaltou que, a partir de uma
modelagem matemática, o departamento de oceanografia da Ufpe
(Universidade Federal de Pernambuco) está tentando identificar a suposta
embarcação que teria lançado o óleo.
"Analisamos o material e
identificamos que se trata de um derivado de petróleo de cadeia de
carbono pesada. É característico de material de combustível de navio.
Esse descarte, normalmente, se faz com a utilização de empresas
legalizadas", declarou Elvino.
Na manhã desta quarta-feira (25),
ele informou que o material já foi removido das praias, mas que podem
aparecer algumas outras manchas esporádicas. "Os municípios já fizeram a
remoção do piche."
A área de georreferenciamento da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) está auxiliando a investigação com a
análise de imagens de satélite.
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