Edson Fachin, Marcelo Bretas e Sérgio Moro mudam rotina e têm segurança reforçada em meio ao avanço das investigações da operação.
Responsável pela Lava Jato no Rio, o juiz da 7.ª Vara Federal Marcelo Bretas vive sob proteção policial 24 horas por dia. O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, recebe proteção diária de agentes de segurança. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), também ganhou reforço na segurança pessoal e para sua família depois de revelar, em março, que tem sofrido ameaças.
Após o relato, presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, autorizou o aumento do número de agentes para escolta permanente de Fachin e encaminhou ofício para todos os colegas do Supremo sobre a necessidade de reforço na segurança. Segundo o Estado apurou, Fachin é o único ministro do STF que já pediu aumento na proteção pessoal. Procurado pela reportagem, ele não quis se pronunciar. Em entrevista ao Estado em março, Cármen disse que “a Justiça não se intimida” com tentativas de constrangimento
Com 20 anos de carreira, Marcelo Bretas viu a sua vida mudar há dois anos, quando passou a cuidar dos casos relacionados ao esquema de corrupção instalado na Petrobrás. “Eu não tenho liberdade, nem eu nem a minha família. É uma vida sem liberdade”, afirmou o juiz, depois de participar de evento em Brasília no último dia 7. “É um preço a pagar. A questão é isso: não é o ideal, mas agora vou até o fim. Já estou nisso, então vou continuar”, disse.
Autor das 134 ordens de prisões da Operação Lava Jato de Curitiba – entre elas as do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do empresário Marcelo Odebrecht –, Sérgio Moro manteve, até meados do segundo ano de operação – iniciada em 2014 –, o hábito de ir de bicicleta ao trabalho, almoçar no bandejão do prédio da Justiça Federal, esperar a carona da mulher na frente do Fórum ao final do expediente e passear no parque com a família.
De início, ele resistiu à escolta armada. Mas aos poucos teve que readaptar sua rotina, revivendo uma situação pela qual tinha passado há dez anos, quando condenou o traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e passou seis meses vivendo sob proteção de agentes federais e policiais civis.
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