Polícia federal deflagra Operação Decimus com o intuito de apurar o uso de documento falso e formação de quadrilha.
De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Gravatá, em 2017 foi empenhado o valor de R$ 114.178,15 (cento e quatorze mil, cento e setenta e oito reais e quinze centavos). Porém, desse valor só foi pago R$ 94.767,86 (noventa e quatro mil, setecentos e sessenta e sete reais e oitenta e seis centavos. Já no ano de 2018, o valor do empenho passou a ser de R$ 810.258,68 (oitocentos e dez mil, duzentos e cinquenta e oito reais e sessenta e oito centavos), mas até o momento foi pago apenas R$ 51.483,88 (cinquenta e um mil, quatrocentos e oitenta e três reais e oitenta e oito centavos).
O que chama atenção neste caso é que os empenhos são referentes a contratação de empresa para a prestação de serviço sob demanda, segurança e vigilância em grandes eventos, como o caso da Semana Santa, por exemplo. Porém, como é de conhecimento de muitos gravataenses, a empresa que faz a segurança nos eventos do município, é da localidade. Inclusive, é de uma ex-funcionária da Prefeitura. Vale salientar, que dias atrás dois “seguranças” desse tipo de evento foram até a Rádio Gravatá FM fazer uma denúncia, onde alegaram não ter recebido os valores referentes aos serviços prestados em festas ocorridas no município.
A partir deste fato, surgem as seguintes indagações:
Por que esta gestão gosta tanto de se envolver com empresas que cometem irregularidades e são investigadas pela Polícia?
Quais as desculpas que o prefeito do município dará ao povo? Será que ele vai dizer que não sabia que tratava-se de uma empresa fraudulenta?
Será que estes serviços foram realmente prestados? Se não foram, quem vai devolver o dinheiro aos cofres públicos?
Detalhes da Operação Decimus)
Na manhã do dia 10/04/2018, a Polícia Federal deflagrou a Operação Decimus que investiga irregularidades em duas empresas de segurança privada no Recife. O intuito da Operação foi o de obter provas, além de conseguir o endereço residencial dos proprietários das respectivas empresas. A ação que teve início às 06 horas da manhã contou com 45 (quarenta e cinco) policiais federais que foram distribuídos em 05 (cinco) equipes distintas. Na ocasião, foram cumpridos 05 (cinco) Mandados de Busca e Apreensão, sendo 02 (dois) na sede das duas empresas que ficam em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e Prado, na Zona Oeste da Capital pernambucana; e os outros 03 (três), nas residências dos proprietários, em Boa Viagem, Madalena e Cidade Universitária, também na Zona Oeste.
Durante a ação, o Oficial da Polícia Militar de Pernambuco, Pérsio Araújo Ferraz foi detido. Em sua casa foram encontradas armas para as quais ele não possuía autorização. Pérsio, então, seguiu para a sede da PF para que pudesse prestar esclarecimentos.
Além dos seis revólveres, estão entre as apreensões: documentos contábeis, celulares,
diversos documentos com indicação de movimentações financeiras suspeitas, quase R$ 200 mil reais, $ 30 mil dólares e diversas folhas de cheque.
Apesar de, oficialmente, o Oficial da PM não constar como sócio, os investigadores apuram a relação de Pérsio com uma das empresas de segurança alvo da Operação Decimus. Todo o material apreendido foi levado para a sede da PF e passará por perícia técnica a fim de ajudar nas investigações.
Os crimes que estão sendo investigados – uso de documento ideologicamente falso, art. 304 e formação de quadrilha, art. 288 – ambos do Código Penal Brasileiro, possuem penas que, somadas, variam de 1 (um) a 10 (dez) anos de reclusão.
Após o ocorrido, a Corregedoria da SDS confirmou a identidade do Tenente Coronel da Polícia Militar que é lotado na Diretoria de Segurança da ALEPE como sendo o oficial que fora detido por portar armas sem licença. Além disso, informou também que desde o mês de fevereiro, a Corregedoria vem investigando Pérsio Araújo Ferraz por ser o verdadeiro dono das empresas, mesmo havendo impedimento legal.
Marivan Melo
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